ES reforça liderança nacional na exportação de mamão
As doenças em plantas afetam diretamente a produtividade de uma lavoura. Os agricultores enfrentam muitas dificuldades, entre elas, identificar possíveis doenças que afetam as plantas e controlá-las antes que ganhem maior dimensão nas propriedades.
Para reduzir as perdas nas lavouras, pesquisadores e estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), no campus de Alegre, sul do Estado, analisam em laboratórios as amostras enviadas por produtores rurais e identificam quais são os agentes causadores de doenças nas plantações de café.
O laboratório atende os produtores rurais em suas demandas, na redução de danos e perdas das lavouras e na realização do manejo de doenças de plantas. A partir do recebimento da amostra, é possível identificar os fungos, bactérias, nematóides, vírus, protozoários e outros agentes que possam causar prejuízo para o produtor rural.
“Buscamos trazer o diagnóstico e entender a causa real da doença, o que está levando aquele sintoma e prejuízo para a cultura produzida na lavoura. Nós somos médicos de plantas e buscamos apresentar uma forma de manejo mais correta para os produtores”, destacou o professor da Ufes, Willian Bucker Moraes.
Com orientação e suporte da equipe do laboratório, o produtor rural Renan Mauri conseguiu fazer manejos mais corretos na propriedade de 4,5 hectares, em Alegre. Ele cultiva café conilon, mas para aumentar a colheita percebeu que era preciso melhorar o solo, já que a lavoura apresentava problemas com nematóides.
“Os técnicos me orientaram sobre a forma correta do manejo, foi assim que descobri que tinha problemas com nematoide. Por conta das orientações corretas que recebi, agora eu consigo ter plantas sadias”, disse o produtor.
Nesse sentido, o laboratório cumpre o seu principal objetivo: encontrar a solução do problema para o produtor rural, conectando a universidade com a sociedade. O professor da Ufes, Fábio Ramos, explica que os nematoides são vermes de plantas que atacam e causam alterações nas raízes. Uma raiz comprometida é menos eficiente na absorção de água e nutrientes e impacta diretamente a produtividade da propriedade.
Após o resultado das pesquisas, é realizado o direcionamento do produtor sobre a espécie patogênica que está causando problemas. Na sequência, ele é direcionado para as medidas de controle e de manejo das doenças.
O núcleo de fitopatologia também conta com especialistas de outras áreas, como por exemplo, bioquímica, genética e fitotecnia (técnica de estudos das plantas), que possibilitam o avanço em áreas que vão além do conhecimento dos fitopatologistas. As pesquisas são importantes para o desenvolvimento de projetos de pesquisa, que causam um impacto direto na agricultura brasileira.
As pesquisas também contam com a participação de estudantes universitários. Ao mesmo tempo que eles aprendem na prática o conteúdo disponibilizado em sala de aula, também se preparam para o mercado de trabalho.
Jordânia Bolzan é universitária e uma das responsáveis pelo recebimento das amostras dentro da clínica, inclusive na identificação e direcionamento das amostras. “Fazemos toda análise e triagem para saber qual é o tipo de patógeno que pode estar ocorrendo e que pode estar causando a doença”, ressaltou.
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