As cooperativas agropecuárias capixabas foram responsáveis, em 2021, por uma movimentação econômica de R$ 3,4 bilhões. O montante representa 40,4% de toda a movimentação econômica do cooperativismo capixaba no ano. O valor é 41,7% superior ao registrado em 2020, quando atingiu R$ 2,4 bilhões. O ramo agropecuário reúne cooperativas relacionadas às atividades da agropecuária, extrativista, agroindustrial, aquícola e pesqueira.
O setor agropecuário continua em destaque na economia e no cooperativismo do Espírito Santo. Em 2021, as cooperativas recolheram R$ 202,6 milhões em tributos, sendo o agro o segundo que mais recolheu tributos aos cofres públicos no período, ficando atrás somente do ramo da saúde.
Apesar de registrar redução no número de cooperativas registradas e ativas, de 26 para 25, o ramo apresentou crescimento no número de cooperados, superando a queda registrada em 2020. No período de 2019 a 2021, o quadro teve um aumento de cerca de 2,2% no número de cooperados, fechando o ano passado com mais de 37 mil.
No mesmo período, o faturamento registrou crescimento percentual de 86,3%. Em 2021, foi o ramo que teve o maior faturamento e correspondeu a 41% dos ingressos e receitas brutas do cooperativismo capixaba. O valor registrado nesse indicador em 2021 contempla 2,3% do PIB nominal.
De acordo com o anuário, o desenvolvimento do agro teve o destaque para duas cooperativas: a Coopeavi e a Coobriel, já que elas se classificaram entre as 200 maiores empresas do Estado, segundo o Anuário IEL.
Um dado que chama a atenção é que as cooperativas investiram R$ 22,7 milhões em 2021. E para este ano são esperados R$ 56 milhões em investimentos.
Esses dados integram o Anuário do Cooperativismo 2022, lançado pelo Sistema OCB/ES nessa quarta-feira (21). Para o diretor executivo da instituição, Carlos André Santos de Oliveira, o trabalho reflete a intensa coleta de pesquisa científica que teve a participação de todas as cooperativas do Espírito Santo.
Para ele, os números e dados do anuário demonstram de forma efetiva o crescimento do modelo societário e a importância do cooperativismo na economia do Estado. Porém, ainda existem alguns desafios a serem enfrentados.
“Um dos desafios está ligado ao agropecuário, um dos ramos que tem maior representatividade no Espírito Santo. A ideia é transformar nossas cooperativas agros em cooperativas de “alimentos”, ou seja, em agroindustriais. Essa é uma demanda trazida pelo mercado e que já está sendo amplamente incentivada pelo Sistema OCB/ES”, destacou Carlos André.
O Anuário do Sistema OCB colocou em evidência informações sobre a comercialização do café no mercado interno e a pecuária leiteira. No café, as vendas pelas cooperativas do agro registraram o total de R$ 1,4 bilhão e um crescimento que chega a 60%, em relação a 2020, quando foi registrado R$ 881 milhões.
Já a pecuária leiteira produziu 158,8 milhões de litros em 2021, registrando uma queda de 14,5% na produção de leite pelas cooperativas. O elevado custo de produção foi um dos motivos que fizeram com que fosse constatada a queda.
No entanto, conforme último levantamento do IBGE, a produção de leite no Espírito Santo foi de 392,5 milhões de litros, indicando que a captação de leite das cooperativas capixabas representou 40,5%.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória
