Especialistas defendem que o Brasil precisa agregar valor aos produtos agrícolas
O Espírito Santo tem enfrentado nos últimos meses um período de estiagem prolongada. Planejar o armazenamento e o uso da água nas propriedades rurais para a reserva deste recurso essencial para o fortalecimento da agricultura deve ser uma das prioridades para os produtores. Em Linhares, as propriedades contam com o suporte da prefeitura para o estímulo da produção sustentável e a reserva de água para o enfrentamento de crises hídricas.
A água é um recurso essencial para a continuidade da produção de culturas nos municípios capixabas. A cidade de Linhares, por exemplo, é destaque nacional na produção de café, mamão, cacau e cana-de-açúcar. O Programa de Conservação de Água e Solo é uma iniciativa criada para contribuir para a reserva de água em momentos de poucas chuvas.
Ao todo, já foram construídos 20 reservatórios de água no município, sendo oito no distrito de São Rafael, quatro em Desengano, seis no Farias e outros dois em Baixo Quartel. Juntos, eles têm capacidade para armazenar 520 milhões de litros de água. De acordo com o secretário de Agricultura de Linhares, Franco Fiorot, existe a possibilidade de construção de novas barragens.
“O Espírito Santo passou por momentos muitos difíceis de crise hídrica, entre 2014 e 2016, que afetaram muito a produção da agricultura no município. A água é um recurso básico para que os produtores possam ter sua segurança de produzir alimentos, regar suas lavouras e movimentar a economia local”, destacou Fiorot.
As barragens foram criadas para viabilizar a atividade agrícola e contribuir para a preservação do meio ambiente. José de Melo é um dos produtores beneficiados com a construção das barragens. Em 2015, perdeu mais de 80% de sua produção de banana, café e pimenta, por não ter reservatório na comunidade.
“Isso é a salvação da agricultura. Uma barragem traz muitos benefícios para todos os produtores. Sem água é impossível produzir alimentos de qualidade, ainda mais em um período de estiagem igual estamos passando”, afirmou José de Melo.
Além das barragens também foram construídas, até o momento, oito mil caixas secas – reservatórios escavados construídos às margens das estradas. As caixas têm capacidade para reter a água da chuva e os sedimentos sólidos que iam parar nos mananciais.
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