Jovens capixabas do setor agropecuário se qualificam para cargos de liderança
Após dois anos de pandemia da Covid-19, a exportação da cachaça, produto exclusivamente produzido da cana-de-açúcar do Brasil, voltou a crescer a ganhar destaque. O Anuário da Cachaça 2021 confirma que a exportação da cachaça cresceu 29,5% no volume exportado, o equivalente a 7.221.219 litros, e apresentou uma significativa recuperação em 2021. Tem empresários capixabas de olho no mercado internacional para fazer novos negócios. A Cachaça Princesa Isabel, indústria familiar e com produção artesanal em Linhares, está investindo na exportação de seus produtos genuinamente capixabas.
A Cachaça Princesa Isabel, produzida na Fazenda Tupã na cidade de Linhares, dentro de uma propriedade que fica às margens do Rio Doce no Espírito Santo, é uma das cachaçarias brasileiras que passou a exportar a bebida para países como Alemanha e Estados Unidos e já se prepara para expandir a área de atuação para outros países como a Itália.
A primeira exportação aconteceu em 2019 e foi destinada à Alemanha. No ano seguinte, outra venda foi fechada com empresários dos Estados Unidos. Todo processo de licenciamento e legalização ficou por conta das empresas interessadas.
A partir deste mês de outubro e novembro, 11 mil garrafas da cachaça linharense vão para o mercado internacional, sendo cinco mil para a região norte-americana e seis mil garrafas para a Itália.
“Um americano quer levar a cachaça para os EUA. Ele conheceu os nossos produtos por meio de indicação de um comerciante. As vendas para a Itália vão ser concretizadas porque um italiano, que exporta produtos para o Brasil, gostou das nossas bebidas quando conheceu o nosso produto por conta da relação comercial que temos em comum com um supermercado daqui no estado”, destacou o proprietário da Cachaça Princesa Isabel, Adão Cellia.
Os dois alambiques da propriedade tem capacidade para produzir 400 litros de cachaça por dia. O processo produtivo é iniciado no cultivo das variedades de cana RB7515 e RB5453, que passam pelo corte manual da cana-de-açúcar, sendo cortada e moída no mesmo dia.
Parte do bagaço é destinado para a produção de calor e o restante para formação de compostagem e complementação de alimentação de bovinos da raça nelore.
A energia solar é uma das alternativas de geração de energia e alguns produtores de cachaça estão adotando as placas fotovoltaicas em seu processo de produção.
Em 2019, a empresa implementou um sistema de placas solares para fornecer autonomia energética para o alambique e famílias da região. A fazenda é autossustentável, utiliza energia limpa e sem agrotóxicos.
A pulverização do canavial também é realizada de forma orgânica e com repelentes naturais. O produtor utiliza essência de laranja para repelir pragas nas plantações.
Adão Cellia ressalta que é preciso investir na terra, pois é ela que fornece toda estrutura para a planta de desenvolver. “Com a preservação do meio ambiente é possível ter um produto de qualidade, principalmente no cultivo da cana. Para ter um bom produto, não podemos abrir mão de boas práticas sustentáveis e seguir as regras do Ministério da Agricultura”, disse.
São os sete rótulos que fazem parte da Cachaça Princesa Isabel: Cana-caiana; Carvalho; Bálsamo; Amburana; Prata; Jaqueira; e a Aquarela, fruto do seu armazenamento em dornas de Jequitibá-rosa – consagrada a melhor cachaça branca do Brasil.
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