Produção de papel e celulose no Espírito Santo cresceu 16,7% em 2022
Os produtores de pimenta-do-reino do Espírito Santo tiveram motivo para comemorar nesta semana. A especiaria recebeu o reconhecimento de Indicação de Procedência (IP) para uma área geográfica que abrange 29 municípios capixabas. Após anos de espera, o clima é de comemoração entre as instituições que atuaram em conjunto para garantir que o Estado recebesse o selo de conhecimento pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).
Diversas instituições apoiaram a iniciativa para que os municípios do Espírito Santo ganhassem o selo de reconhecimento da produção da pimenta-do-reino.
O presidente da Associação dos Pipericultores do Espírito Santo (Apes), Francisco Dantas, explica que foram cinco anos de trabalho na coleta de dados e documentos para atender às normas do INPI e garantir a certificação de procedência da pimenta-do-reino produzida no Estado.
“O selo garante a procedência e autenticidade da pimenta. A especiaria já é conhecida internacionalmente por sua qualidade, mas, agora, a cadeia de produção da pimenta-do-reino está sendo desafiada a trabalhar para melhorar os processos de produção e garantir uma qualidade ainda melhor dos produtos”, destacou.
Dantas aponta que alguns procedimentos precisam ser aprimorados para atender de forma adequada às exigências do mercado internacional. Nesta nova etapa, a associação ficará responsável por certificar que o produto exportado esteja no padrão técnico estabelecido e que atenda aos critérios de produção.
O Espírito Santo já desponta como o principal produtor de pimenta-do-reino do Brasil, segundo o IBGE foram produzidas 72 mil toneladas em 2021, em uma área de 17 mil hectares. Já o Brasil foi responsável pela produção de 118 mil toneladas, destinando 95% da produção brasileira à exportação.
Erasmo Negris, presidente da Cooperativa dos Produtores Agropecuários da Bacia do Cricaré (Coopbac), destaca que esta é uma conquista para o produtor de pimenta-do-reino.
“O Espírito Santo já se desponta como o maior produtor da especiaria e a indicação vem confirmar a importância da produção capixaba no cenário nacional. O selo vai trazer mais visibilidade para a nossa produção a nível mundial”, afirmou Erasmo.
Ele também acredita que novos mercados e oportunidades devem surgir com este reconhecimento. “Temos visto que os mercados internacionais estão cada vez mais exigentes em relação a rastreabilidade da produção. Com isso, os produtores também estão preocupados com a qualidade da produção da pimenta-do-reino”.
A pimenta-do-reino passou a ser plantada no Espírito Santo em 1970 e, ao longo dos anos, a área de cultivo do produto cresceu nos municípios, principalmente, na região norte.
A área geográfica delimitada compreende 29 municípios, sendo eles:Água Doce do Norte, Mantenópolis, Barra de São Francisco, Ecoporanga, Águia Branca, São Gabriel da Palha, Boa Esperança, Vila Pavão, Nova Venécia, Vila Valério, Alto Rio Novo, Governador Lindenberg, São Domingos do Norte, Baixo Guandu, Marilândia, Colatina, Pancas, Aracruz, Linhares, Ponto Belo, Mucurici, Montanha, Pinheiros, Conceição da Barra, Jaguaré, São Mateus, Sooretama, Rio Bananal e Pedro Canário.
O coordenador do Incaper em São Mateus, João Henrique Trevisani, afirma que as características de clima, umidade e relevo do Brasil foram essenciais para que a planta se adaptasse bem no território brasileiro. No Espírito Santo, as áreas pouco chuvosas possuem condições favoráveis de clima e solo que auxiliam na expansão e consolidação do cultivo da pimenta-do-reino no estado.
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