Dez 2022
3
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Trajetória na cafeicultura capixaba

O especialista em classificação, degustação e controle de qualidade de café e com participação em diversos concursos internacionais, Silvio Leite, ressaltou a importância do incentivo para que as mulheres também participem das provas de café em concursos.

“As provas exigem muita técnica e interpretação. As mulheres são cada vez mais participativas. Em geral, a atenção da mulher está sempre no foco e cuidado com o que faz. Homens e mulheres são importantes para a qualidade do café, por isso ambos devem estar inseridos no processo”, afirmou.

Quando se trata de cafés especiais, há desafios que são próprios dessa produção. Há uma busca constante pela excelência nos grãos e pela qualidade e eficiência nos processos. Alguns cuidados são específicos, algo que os cafés convencionais não demandam na mesma proporção. Dentre esses cuidados estão a atenção à maturação correta e a escolha do tipo de secagem, para que fatores externos interfiram o mínimo possível no resultado final.

Por esses fatores, é necessário repensar a atividade e aprimorar processos. Mas a possibilidade de conhecer um novo mercado e seus personagens, pode levar à escolha por esse nicho da cafeicultura.

A cooperada Margarida Gorete de Mello Bastianello, terceira colocada no Concurso Conilon de Excelência-edição 2022, administra uma escola em São Mateus e ao lado do marido, Marcos Aurélio Bastianello, possui propriedades na Bahia onde cultiva café conilon.

“O café na nossa família é uma tradição muito forte. Sou filha de produtores. Pretendo continuar investindo nos cafés especiais, pois a valorização é muito boa. É gratificante quando as pessoas começam a valorizar a qualidade. Quando apresentamos o nosso café a alguém o retorno é sempre muito positivo”, disse.

Também cooperada, a cafeicultora Jocelina da Penha Araújo, iniciou sua trajetória nas competições em 2016. Ela, que tem uma propriedade em São Mateus, estava terminando um curso de terapias avançadas e um dos módulos era sobre terapias na lavoura.

“Convenci meu esposo e filho que eu iria ganhar aquele concurso de café usando terapias. Para minha surpresa, ficamos em primeiro e quinto lugares. Em 2017, eu queria ter certeza de que o café era bom; colocamos de novo no concurso e ganhamos primeiro e décimo lugares. Em 2020, em plena pandemia, tínhamos dois lotes de café para serem entregues e fomos furtados em nossa propriedade na véspera. Devido ao acontecido, ficamos de fora. Em 2021, fiquei em décimo lugar, café natural. Neste ano, ver meu nome na lista novamente foi muito bom”, afirmou.

A busca pela realização também é a motivação da cooperada da Cooabriel, Fabrícia Colombi Ortolane, que participou do concurso pela primeira vez e alcançou o 8º lugar com o café produzido no interior de São Gabriel da Palha.

“O que me motivou foi um curso de degustação de café e um outro curso de fermentação de café conilon especial que eu participei. Meus olhos se abriram para isso e daí surgiu a vontade de tentar fazer um café diferenciado. Quando vi meu nome na lista dos finalistas eu me emocionei de tanta alegria e as lágrimas rolaram. É muito mais que ganhar um prêmio, é a realização de um sonho e um sentimento de realização profissional. Pretendo fazer alguns investimentos no ano que vem, para tentar fazer um café melhor e uma quantidade maior de café especial também”, garantiu.

"Estamos vivendo um novo momento na história do conilon", diz Bastianello

Segundo o presidente da Cooabriel, Luiz Carlos Bastianello, através de concursos como o Conilon de Excelência Cooabriel, a busca pela qualidade tem sido estimulada e algumas barreiras são vencidas.

“Estamos vivendo um novo momento na história do conilon. Temos visto provas de que é possível produzir café com excelente qualidade. Esse café tem conquistado visibilidade no mundo todo, despertando curiosidades e um interesse cada vez maior”.

Sobre a contribuição das mulheres para a produção de café de qualidade,  Bastianello considera que “a inserção de mulheres nos processos produtivos traz grandes vantagens para as famílias produtoras, para as propriedades e para a cafeicultura como um todo”.

A degustadora da Cooabriel, Júlia Partelli, que atua no setor de qualidade do café, explica que a cooperativa realiza constantes investimentos em treinamentos para colaboradores e cooperados. Júlia, inclusive, é a embaixadora do Espírito Santo no Concurso 3 Corações Florada Premiada 2022, que pela primeira vez realiza uma edição com café canéfora.

“Além dos treinamentos para os cooperados, a Cooabriel investe na formação de novos degustadores. O objetivo é ter um profissional em cada área de atuação da cooperativa, já que só aumenta a demanda por cafés especiais e as indústrias estão modificando a maneira de comprar café”, explicou.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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