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Na região de Jaguaré, norte do Espírito Santo, onde a economia é baseada no plantio de café, produtores têm buscado novas formas de diversificar a lavoura plantando o café junto com a cultura do maracujá. A iniciativa do produtor rural Enivaldo Croscop visa diminuir os custos na implantação do cafezal. Apesar do rendimento a mais, essa não é uma atividade simples de plantar. Confira.
O cafeicultor Enivaldo Croscop começou o primeiro plantio de maracujá em 2008 e desde então acompanhou de perto várias fases do fruto no mercado. Para ajudar no trabalho na lavoura, o produtor conta com a ajuda do filho Daniel. Em 2019, plantou 600 pés de maracujá e agora já são mais de 20 mil pés cultivados nos 17 hectares de terra.
Enivaldo explica que o cultivo do maracujá exige muita atenção do produtor principalmente por conta de doenças, mas é uma cultura lucrativa.
“Precisamos ter tempo para o cultivo porque ele é meio vulnerável à doença, mas é uma cultura que nós gostamos de plantar porque existem momentos em que é possível vender o maracujá com um preço melhor”.
O cultivo do maracujá junto com o cafezal foi uma solução para a família de produzir mais por hectare. O produtor Daniel Croscop conta que quando acaba a cultura do maracujá, a lavoura de café – que é o carro-chefe do Espírito Santo – está prestes a ser mais produtiva e rentável.
“A nossa renda continua aí durante anos e querendo ou não é possível ter uma renda a mais do que o produtor convencional”, disse.
O maracujá se adapta perfeitamente a regiões com condições tropicais que possuem acima de 11 horas de área de luz. Além de estar a 900 a 1.000 metros de altitude é preciso ter uma temperatura média de 25°C.
Os custos para implantação desse sistema podem ser bem altos dependendo dos materiais utilizados. Normalmente é necessário incluir no orçamento estacas, arames e mudas de qualidade. Ainda assim, os produtores garantem que vale a pena.
Com floração quase o ano todo, os pés de maracujá ficam apenas 1 ou 2 meses ociosos, ou seja, o produtor tem rentabilidade por até 10 meses durante o ano.
Outra vantagem é que em áreas como essa com maracujá e café os custos também são divididos. A irrigação, por exemplo, também serve para as duas áreas. “O objetivo de ter um sistema de irrigação para as duas culturas é o custo mais baixo. Outra vantagem é que a irrigação de gotejamento é mais econômica e conseguimos economizar com energia elétrica e água”, disse Daniel Croscop.
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