Cafeicultor de Castelo é campeão do Prêmio Realcafé Reserva e leva R$ 20 mil para casa
As fortes chuvas que teimam em cair no Espírito Santo tem deixado as cidades em alerta máximo. Os resultados são ruas alagadas, rodovias interditadas, viagens canceladas e mais de 4,5 pessoas fora de suas casas. Os impactos estão sendo sentidos pela população, por empresários e pelo agronegócio, que foi um dos setores mais prejudicados com as chuvas que atingem o estado de forma mais intensa há duas semanas. A coluna Agro Business conversou com o produtor rural Luiz Antônio Galavotti, do município de Linhares, que perdeu boa parte da sua produção agrícola, gerando prejuízos materiais e financeiros incalculáveis no momento e deixando a preocupação com as próximas safras de café e outras culturas.
Em clima de tristeza por ter perdido boa parte do seu sustento, o produtor Luiz Antônio Galavotti, do município de Linhares, viu de perto as suas seis propriedades localizadas no Espírito Santo sofrerem com as chuvas. A única que “sobreviveu” e passou ilesa foi a plantação de eucalipto em Prado, na Bahia, que não teve tantos impactos em Linhares.
Ele viu de perto suas plantações de café, mamão, coco e cacau serem atingidas. A estimativa de prejuízo é de R$ 1 milhão (até o momento), mas ele ainda considera muito cedo para cravar um número exato porque a água ainda não cessou completamente nas regiões.
Em uma fazenda de 120 hectares de café no distrito de Bebedouro, o produtor perdeu cerca de 20 hectares do cafezal. Já a plantação de cacau não teve registros significativos de perdas, mas a água tem atrapalhado a colheita do fruto.
A pecuária com gado de corte e leite foi a parte mais afetada, pois Luiz Antônio precisou tirar o gado às pressas da chuva. O produtor estima que 70% dos pastos ficaram comprometidos. Além disso, as chuvas atrapalharam cerca de 50% na colheita do coco.
O agronegócio vive um momento desafiador por conta das mudanças climáticas. Em determinado momento as plantações são afetadas com fortes chuvas, geadas, ventanias e em outros com extensas estiagens. Há alguns meses vimos que a seca estava gerando impactos negativos na agropecuária, além da falta de alimentação adequada para o gado e prejuízos para os produtores com a estiagem. Agora, muitos municípios estão sofrendo com alagamentos e chuvas, atrapalhando da produção à colheita das frutas, verduras e hortaliças.
A sensação que fica para o produtor Luiz é de medo das consequências, caso as chuvas voltem a cair no Espírito Santo. “O maior medo agora é as chuvas voltarem novamente. Pelo visto dezembro vai ser um mês chuvoso, o que nos deixa apreensivos porque a água da chuva ainda baixou. Há 60 dias estávamos sofrendo com a extensa estiagem e, agora, com o excesso de chuvas”, contou Galavotti.
A chuva tem causado muitos estragos nos municípios do Norte do Estado. Com isso, na semana passada a Prefeitura de Linhares declarou situação de emergência por conta das fortes chuvas no município.
Para minimizar os impactos causados pelas chuvas que atingem a região, as equipes da prefeitura têm realizado ações pelos bairros para auxiliar no escoamento da água acumulada.
A secretaria municipal de Agricultura também realizou uma intervenção na barragem de Baixo Quartel para controlar a erosão natural no aterro devido às fortes chuvas. O secretário municipal de Agricultura, Franco Fiorot, destacou a importância do feito para a segurança da comunidade local.
“Estamos fazendo um trabalho onde houve a erosão, colocando algumas pedras, para que em caso de novas chuvas, e que essa água passe por cima novamente, haja resistência e diminua, consideravelmente, o risco de rompimento”, afirmou.
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