Produtor calcula prejuízo de R$ 1 milhão após chuva danificar plantações em Linhares
Márcio Cândido Ferreira anunciou que vai deixar presidência do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV) para assumir o comando do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Ele será o primeiro representante do Espírito Santo neste cargo. Fabrício Tristão será o novo presidente do CCCV pelos próximos dois anos e tomará posse nesta quinta-feira (08), em Vitória. Com mais de 25 anos de atuação no ramo comercial do café, Tristão já integrou diferentes diretorias do CCCV e é diretor da Olam, indústria de café de Linhares, no Espírito Santo.
Márcio Cândido Ferreira ingressou no mercado cafeeiro há 44 anos nas empresas do Grupo Tristão, no Rio de Janeiro, e, ascendendo em posições estratégicas, alcançou o posto de superintendente desse que é um dos maiores grupos empresariais do Brasil em negócios com café.
As empresas Tristão possuem 86 anos de atividades ininterruptas com café verde, torrado e moído e solúvel, protagonizando papel fundamental para o desenvolvimento do café conilon e dos arábicas especiais das montanhas capixabas.
No Centro do Comércio de Café de Vitória, associação que representa os comerciantes e exportadores de café do Espírito Santo, Márcio integrou diretorias em diversos mandatos chegando à presidência do Conselho de Administração e da diretoria executiva.
Recentemente, trouxe para o Espírito Santo as principais lideranças nacionais e internacionais para debater o futuro do mercado de café no “Vitória Coffee Summit”.
Sempre presente em fóruns no Brasil e em todos os continentes, Márcio tem sido uma voz da cafeicultura e, agora, vai levar as suas experiências e os relacionamentos empresariais e comerciais que conquistou ao longo dos anos para fortalecer as ações e projetos estruturantes do Cecafé.
Ele será aclamado presidente do Cecafé no próximo dia 15 de dezembro, com um mandato de dois anos e possibilidade de reeleição. O Cecafé representa cerca de 96% de todas as exportações de café do Brasil. Os associados exportam para mais de 120 países no mundo e também abastecem a indústria interna.
O diretor-geral do Cecafé, Marcos Antonio Matos, destaca que a chegada de Márcio Ferreira para a presidência vai ao encontro do planejamento estratégico 2021/2024 da instituição, que visa fortalecer os comitês técnicos e os eixos tributário, sustentável e logístico.
“Nós temos fortalecido o nosso conselho, por isso o Márcio entra no Cecafé trazendo a sua experiência na cafeicultura e no mercado, além de agregar conhecimentos do conilon e do arábica cultivado no Espírito Santo”.
“Estamos com ações importantes para o Brasil a partir de 2023 e com certeza ele chega com a sua experiência, o seu conhecimento e relacionamento para fortalecer as ações de promoção da imagem do café brasileiro e aprofundar projetos de interesse dos cafeicultores”, disse.
A coluna Agro Business conversou com Fabrício Tristão sobre as suas expectativas para a nova gestão e quais serão as principais pautas discutidas pelo Centro de Comércio de Café para o biênio 2023/2024. Ele tem formação em engenharia agronômica e iniciou a sua carreira nas empresas do Grupo Tristão. Atualmente, também lidera as atividades da Olam Food Ingredient, que está na fase de construção de uma fábrica de processamento de café solúvel em Linhares.
Agro Business: Qual a importância do CCCV no Brasil?
Fabrício Tristão: O CCCV completa 75 anos de fundação. É uma das mais antigas instituições de classe do agro brasileiro e certamente uma das mais antigas da cafeicultura em atividade.
Ao longo de todo este tempo contribui para que o setor do comércio de café, exportação e produção capixaba se desenvolva, influenciando as políticas governamentais para o setor na liquidez para o mercado de produtores e no desenvolvimento do Espírito Santo. Para o Brasil o CCCV é a entidade regional de maior expressão e influência ao longo de todos estes anos.
Hoje agrega entre suas associadas empresas de todos os setores do agronegócio (exportadores, comerciantes, cooperativas, indústrias de café solúvel e de torrefação). Muitas das empresas associadas têm operações em outras regiões produtoras de café do Brasil. Podemos dizer que o CCCV é a fotografia do agro do café no Brasil.
Agro Business: O que podemos esperar para esta nova gestão?
FT: Muito trabalho e dedicação, mas não estarei sozinho. Além do Jorge Nicchio, que atuará como vice-presidente neste mandato, temos todos os diretores executivos (4) e conselheiros (11).
Será uma gestão compartilhada e de co-responsabilidade. Nossa eleição se deu por unanimidade e o CCCV sempre foi uma instituição coesa.
Agro Business: Quais serão as pautas do CCCV em 2023?
1) Logística: esta é uma pauta recorrente no trabalho do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV) por motivos óbvios. Precisamos de melhorias no modais atuais e novas estruturas para viabilizar a exportação pelo Espírito Santo. Parte do café do Espírito Santo e Zona da Mata de Minas não é exportado por aqui por conta das dificuldades operacionais e custos finais elevados.
2) Tributos: este é um tema sempre presente também nas ações do CCCV há muito tempo e vai continuar sendo. Vamos atuar institucionalmente para encontrar o melhor modelo tributário para o café e as suas operações. A ideia é promover o crescimento das operações de empresas estabelecidas e formais.
3) Sustentabilidade: todo o agronegócio brasileiro sabe da relevância da sustentabilidade para o futuro de nossa atividade. Vários de nossos associados já têm iniciativas neste sentido, além de associações ligadas à cafeicultura. Vamos apoiar este tema dentro de nossas atividades eventos e discussões.
4) Relações Institucionais e de Comunicação: o CCCV é também uma instituição e deve atuar fortemente na coordenação de atividades juntos aos governos nas três instâncias e também em relação a outras instituições afins (como Sindiex-ES, Findes, Câmaras de Comércio, entre outras). O objetivo maior é achar em conjunto e de maneira mais rápida as soluções para os problemas.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória