Cafés especiais do Caparaó conquistam Selo de Denominação de Origem
A venda da carne bovina está entre as principais atividades econômicas do país. O Brasil é um dos mais importantes produtores mundiais. Em 2022, o mercado bovino de corte e leite passou por diferentes fases, foi um ano com extremidades climáticas, políticas e comerciais que interferiram no preço do animal. Conversamos com alguns pecuaristas e especialistas em gado para saber o panorama dos últimos meses e quais são as perspectivas para 2023. Confira.
Para o pecuarista Rodrigo Rezende, o ano de 2022 foi de grandes aprendizados. Ele faz parte da administração de uma fazenda do Espírito Santo, com mais de cinco mil cabeças de gado destinadas quase exclusivamente para o melhoramento genético.
“Enfrentamos uma seca histórica que trouxe grandes desafios para todos os pecuaristas. É normal ter chuvas no Estado em fevereiro e março, porém neste ano elas não aconteceram. A segunda quinzena de fevereiro foi uma seca muito desafiadora para o produtor rural e nos últimos dias vimos as consequências do excesso de chuvas. Esses motivos trouxeram um cenário desafiador”.
O mercado bovino de corte e leite passou por grandes variações neste ano. A arroba do gado de corte, por exemplo, voltou a ter um bom valor no mercado financeiro. Em São Paulo, a arroba está custando em média R$ 300, já em terras capixabas está uma média de R$ 285. A expectativa é positiva para este final de ano porque o consumo de carne vermelha do brasileiro deve aumentar.
“Nós estamos entrando nas festas de final de ano, férias de janeiro, carnaval. Normalmente é um período que ocorre um consumo maior de alimentos, entre eles, a carne e o leite”, estima o presidente da Associação de Criadores de Nelore do Brasil, Nabih Amin El Aouar.
A pecuária é responsável por tornar o Brasil o segundo maior produtor de carne bovina, ter o maior rebanho comercial e ser o segundo país que mais consome carne vermelha do mundo. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, só em 2021, o mercado bovino de corte movimentou mais de R$ 900 bilhões.
O Espírito Santo tem uma área de 1,46 milhão de hectares de pastagens destinadas em sua maior parte à bovinocultura de corte e leite. Apesar de pequeno, o estado capixaba tem uma boa representatividade no mercado nacional.
“Nós representamos 1% da população bovina brasileira, ou seja, em torno de dois milhões de gado para uma população bovina brasileira de mais de 214 milhões de cabeças de gado. Só que apesar de ter uma pequena participação, nós apresentamos qualidade. Na raça nelore, alguns criadores capixabas já estão entre os maiores pecuaristas brasileiros”.
Na visão da Associação de Criadores de Nelore, 2023 tem perspectivas de crescimento para o setor bovino, ainda mais porque mais de 150 países importam a carne brasileira. De janeiro até o início de dezembro, o país exportou quase sete milhões de toneladas de carne. Esse número supera o ano de 2021, quando o patamar foi de 5,8 milhões.
“O agronegócio brasileiro representa o maior perfil da economia no país. É aquela que traz renda e gera emprego. Neste ano, por exemplo, nós tivemos no setor pecuário de corte, especialmente, na raça nelore os maiores recordes de vendas de animais de ouro. E nós acreditamos que em 2023 nós continuaremos acelerados neste avanço de negócios e de investimento”, afirmou.
Questionado se existe a possibilidade do preço da carne vermelha ficar mais em conta nos supermercados, Nabih Amin El Aouar afirma que: “Isso é um trabalho que nós pecuaristas também devemos nos preocupar e realizar. Nós temos e devemos ter um crescimento vertical sem expandir área, mas produzindo muito mais e com mais qualidade, tornando a carne e os produtos lácteos mais homogêneos e de grande qualidade”.
Com informações do repórter Mairon Torres
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória