Carteira de crédito rural do Sicoob Espírito Santo ultrapassa R$ 1,5 bilhão
O preço do leite captado em novembro e pago aos produtores em dezembro caiu 6,2%, ou seja, quase 17 centavos por litro frente ao mês anterior, chegando a R$ 2,52 na “Média Brasil” líquida, de acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Esta é a quarta queda consecutiva ao produtor, ainda que, na comparação com o mesmo período do ano passado, foi observada uma alta de 13,9%. Se for levada em consideração a média de janeiro a dezembro (R$ 2,68), os preços subiram 13,2% em relação ao registrado em 2021.
Fazem parte da Média Brasil os estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Com a média de R$ 2,52, a variação mensal do preço líquido médio foi de -6,2%. Dentre eles, São Paulo apresentou queda de 10,74%, fazendo com que o preço chegasse a R$ 2,64.
Entre os estados que não estão incluídos na Média Brasil, o Espírito Santo registrou a variação mensal de -0,64% em relação ao mês anterior, quando foi pago R$ 2,76. O preço líquido pago ao produtor em dezembro foi R$ 2,74.
Enquanto o ES apresentou uma pequena variação, o Rio de Janeiro apresentou uma queda de 20,57%. Em novembro foi pago R$ 3,23, já em dezembro cerca de R$ 2,57.
As pesquisas apontam que os preços do leite no campo estiveram maiores em 2022, apesar de fecharem o ano em queda. A explicação é a seguinte: “isso porque houve redução na oferta, explicada pela combinação de um contexto persistente de alta nos custos de produção e de clima desfavorável, por conta do fenômeno La Niña, sobretudo no primeiro semestre”, explicou a nota técnica.
Como informado, a saída de muitos produtores da atividade e a diminuição nos investimentos de médio a longo prazo no campo culminaram em perda no potencial de oferta. Além disso, com a matéria-prima limitada, a disputa entre laticínios se manteve acirrada em 2022, sustentando as cotações ao produtor em patamares elevados.
Isso pode ser constatado principalmente entre maio e julho – período de entressafra, quando houve queda brusca tanto na captação do leite quanto nos estoques de lácteos. O primeiro semestre ficou marcado pela restrição da oferta e pela subida consistente dos preços ao longo de toda a cadeia.
Cepea estima que a forte valorização do leite cru proporcionou ao pecuarista melhor poder de compra frente aos insumos, estimulando a recuperação da produção.
“A relação de troca com o milho é um bom exemplo: na média de janeiro a novembro, foram necessários 34,2 litros de leite para a aquisição de uma saca de milho de 60 kg, contra 42,6 litros no mesmo período do ano anterior, ou seja, recuperação de 19,7% no poder de compra. Soma-se a isso o fato de que a oferta é sazonalmente favorecida pelas chuvas da primavera, sobretudo no Sudeste e Centro-Oeste, pois elas elevam a disponibilidade de pastagens e reduzem os gastos com alimentação animal”, explicou.
É preciso ressaltar que a oferta de lácteos também cresceu por conta do aumento das importações: de janeiro a novembro de 2022, o Brasil importou 1,179 bilhão de litros em equivalente leite, alta de 21,4% frente ao mesmo período do ano anterior.
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