Jan 2023
8
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Fim de ano marcado por chuva acima da média

No Espírito Santo, o mês de novembro de 2022 foi marcado pelo volume de chuvas acima da média. Os sites de meteorologia alertaram que o estado capixaba recebeu um dos maiores acumulados de chuva do país. A média de chuva em novembro varia entre 220 a 260 milímetros, calcula o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), mas choveu mais do que o previsto – entre 200 a 400 mm nos municípios.

Como continuou chovendo durante o mês de dezembro, as propriedades ficaram alagadas por mais tempo porque o solo já estava encharcado devido às chuvas anteriores. Vale destacar que o agronegócio vive um momento desafiador por conta das mudanças climáticas.

Em determinado momento as plantações são afetadas com fortes chuvas, geadas, ventanias e em outros com extensas estiagens. Há alguns meses a seca estava gerando impactos negativos na agropecuária, além da falta de alimentação adequada para o gado e prejuízos para os produtores com a estiagem. O excesso de chuvas e alagamentos prejudicam a produção e a colheita das frutas, verduras e hortaliças.

Nesse período, o produtor Luiz Antônio Galavotti, do município de Linhares, estima que os prejuízos em suas plantações de café, mamão, coco e cacau ultrapassaram mais de R$ 1 milhão. Além de perder boa parte da produção agrícola, a pecuária de gado de corte e leite foi afetada. O gado precisou ser retirado às pressas da propriedade para ser enviado para um local mais seguro. Ele projeta que 70% dos pastos ficaram comprometidos por conta do volume de água.

“Com excesso de água acumulada, o gado ficou sem ter para onde ir. Eu fui obrigado a retirar o gado e levar para a parte mais alta da fazenda. Isso sem contar o estresse que o animal passa, o gado de leite é pior ainda porque é um animal mais fraco por ser da raça holandesa. O bezerro também requer uma atenção bem maior”, destacou Galavotti.

No artigo publicado na revista Conexão Safra, com o título “A chuva tão esperada que matou o pasto do capixaba”, a especialista em Gestão Pecuária de Corte e Leite, Renata Erler, explica qual é o caso de maior preocupação pela perda do capim.

“É quando identificamos visualmente a lâmina de água acima do capim. É preciso ter atenção, pois o pisoteio do gado, o trânsito de máquinas, a chuva no solo descoberto ou em pastos de final de seca muito rebaixados comprometem a capacidade de drenagem no solo por causa da compactação, deixando esse pasto mais suscetível a períodos mais frequentes e mais intensos de encharcamento, provocando enfraquecimento e até morte do capim em áreas que normalmente não tinham esse problema”, ressaltou Renata Erler.

Especialista explica

Segundo a especialista, as principais causas dos problemas em áreas que sofrem com o encharcamento são: “os espaços porosos do solo ficam saturados com água e as raízes de plantas não adaptadas não conseguem obter oxigênio necessário para sua respiração, o que debilita a planta, fazendo que abaixe a resistência a doenças e provoque a morte”.

Renata Erler avalia que para entender a situação é preciso ficar atento à realidade da área, o tipo de solo, o clima da região, a frequência e a permanência do alagamento na área para definir qual capim será plantado.

“Dentre as opções, é melhor escolher os que apresentam maior resistência ao encharcamento, evitando reformas futuras. Para que não ocorra perda em momentos de muita chuva, é importante consultar um profissional capaz de definir o capim correto para a realidade da fazenda e estabelecer os protocolos de manejo de pastagem que garantam o resultado”.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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