Secretário de Meio Ambiente do Espírito Santo pretende modernizar processos de licenciamento ambiental
Em 2021, as exportações de frutas brasileiras bateram recorde de embarques, que acumularam valor acima de US$ 1,2 bilhão, com acesso a novos mercados e expansão de volume em países já consolidados. No entanto, em função das perdas de volume e de qualidade em 2022, o setor teve um ano pior que o anterior. A receita dos embarques externos, entre janeiro e novembro de 2022, somou US$ 921 milhões, 15,5% menor do que no mesmo período do ano passado. O volume embarcado correspondeu a 899 mil toneladas, queda de 19% no mesmo período. Uma das explicações para avaliar o cenário vai para o fenômeno La Ninã que impactou os principais polos de fruticultura do país. Confira.
O Espírito Santo, bem como muitos estados, têm enfrentado períodos extensos de estiagem e de muitas chuvas. Esse excesso e falta de chuvas impactam as principais regiões produtoras de frutas, verduras e hortaliças. De um lado, as precipitações ajudam no desenvolvimento das culturas, porém o excesso prejudica a qualidade dos produtos, aumenta os custos de aplicações de defensivos e desregulam os ciclos produtivos das lavouras.
Quando o fenômeno La Niña ocorre geralmente acontece a diminuição de chuvas na Região Sul do país, enquanto na Região Nordeste há um aumento das precipitações.
Na região do Vale do São Francisco, as chuvas entre setembro e dezembro acumularam um volume 35% maior do que o mesmo período do ano passado, quando havia sido o recorde dos últimos 5 anos. A região é a principal produtora de uvas e mangas de mesa. Na região de Linhares, no Espírito Santo, maior região produtora de mamão do país, as precipitações acumuladas também foram recordes.
Na região Sul, principal polo produtor de maçãs, o cenário é o oposto. As chuvas na região de Vacaria foram aproximadamente metade do volume médio ocorrido nos últimos 5 anos. No começo de 2022, as chuvas haviam atingido níveis máximos, o que também reduziu a oferta das frutas no 1º semestre.
De acordo com os dados da análises da Consultoria Agro Itaú BBA, as cinco principais frutas responderam por volta de 80% da queda do volume nos 11 primeiros meses do ano, sendo maçãs (-65%), mangas (-22,5%), melões (-15,7%), uvas (-35,6%) e bananas (-22%).
Apesar de quedas em algumas culturas voltada para a exportação, algumas continuam em expansão, com destaques aos setores de limas e limões, com acréscimo de volume em 7% frente ao acumulado em 2021, pêssegos (139%) e abacates (24%), com preços significativamente melhores, com exceção das cotações de abacate que foram 9,2% menores.
Segundo as análises levantadas, o fenômeno da La Niña deve perder força nos próximos meses, podendo normalizar o regime de chuvas e, assim, contribuir para melhorar a qualidade e o volume produzido de frutas.
No entanto, os impactos dessa intempérie ainda devem ser sentidos na próxima safra, o que combinado com a redução do custo de fertilizantes poderá contribuir para aumentar as margens do setor em 2023.
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