O Brasil exportou 3,195 milhões de sacas de 60 kg de café em dezembro de 2022, queda de 17,9% em relação ao mesmo mês de 2021, informou o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) durante coletiva nessa segunda-feira (16). A receita cambial recuou 11,8% na mesma comparação, a US$ 707 milhões. O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, também destacou os resultados das exportações brasileiras no acumulado do ano passado. Confira.
As exportações brasileiras de café em 2022, realizadas para 122 países, obtiveram receita cambial recorde de US$ 9,233 bilhões, apresentando crescimento de 46,9% na comparação com os US$ 6,285 bilhões registrados no ano retrasado.
Em volume, o país embarcou 39,350 milhões de sacas de 60 kg, apresentando queda de 3,1% ante 2021.
No acumulado dos seis primeiros meses da safra 2022/23, os embarques nacionais alcançaram 19,341 milhões de sacas e renderam US$ 4,576 bilhões ao país, registrando declínio de 1,7% em volume, mas incremento de 31,5% em receita.
Segundo o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, a receita recorde em 2022 reflete as cotações mais elevadas do produto e a taxa de câmbio favorável. “O dólar comercial se manteve acima de R$ 5 ao longo de quase todo o ano passado, bem como as cotações do café ficaram em níveis satisfatórios até passarem a cair recentemente”.
Ele destacou que o preço médio da saca, de US$ 234,64, foi o maior nos últimos cinco anos e cresceu 52% sobre o ano anterior.
Entre os principais destinos dos cafés do Brasil no ano retrasado, apenas o Japão não apresentou crescimento. Os Estados Unidos lideram a lista dos maiores destinos do produto em 2022, com a importação de 7,985 milhões de sacas, volume 2,1% maior do que o adquirido em 2021 e que equivale a 20,3% do total.
Na sequência, vêm Alemanha, com a aquisição de 6,844 milhões de sacas (+4,1%); Itália, com 3,355 milhões (+13,6%); Bélgica, com 2,921 milhões de sacas (+2,7%); e Japão, com a importação de 2,873 milhões de sacas (-25,5%).
O complexo marítimo de Santos (SP) foi o principal exportador dos cafés do Brasil em 2022, com o envio de 31,542 milhões de sacas, o que equivale a 80,2% do total.
Completando a lista dos três primeiros, aparecem os portos do Rio de Janeiro, que respondem por 15,3% dos embarques, com a remessa de 6,038 milhões de sacas no ano passado, e Paranaguá (PR), com a exportação de 354.519 sacas (0,9%).
O Porto de Vitória aparece no ranking com 0,6% de participação no embarque de café, com a remessa de 237.845 sacas. Durante a coletiva, Márcio Ferreira se mostrou otimista com a instalação de novos portos e investimentos no Espírito Santo para aumentar a participação do estado no embarque de cafés.
“O Porto de Vitória tem as suas limitações, mas estão previstos novos portos no Espírito Santo. Um porto que sempre destacamos nos nossos congressos é o Porto da Imetame, que daqui a três ou quatro anos terá capacidade de receber navios considerados os maiores do mundo. Isso será importante por conta da projeção do aumento de consumo mundial de café e, consequentemente, da produção de café robusta conilon. Inclusive o porto estará localizado na região produtora no norte capixaba”, destacou Ferreira.
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