Municípios produtores de café arábica registram maiores crescimentos no estado
No Espírito Santo, a safra deste ano está estimada em 14,5 milhões, apresentando uma queda de 13% em relação ao ano passado, quando a produção foi de 16,7 milhões de sacas. De acordo com o 1° Levantamento da Safra de Café 2023, divulgado pela Conab, a redução no estado pode ser explicada pelo longo período de estiagem, aliado às baixas temperaturas e ano de baixa bienalidade, sobretudo, no arábica. No Brasil, o cenário é mais otimista. A primeira estimativa para a colheita de café em 2023 aponta uma produção de 54,94 milhões de sacas no país, um crescimento de 7,9% ante ao ano passado, que fechou em 50,9 milhões de sacas.
Em 2023, a produção do conilon no Espírito Santo está estimada em 11.460 milhões, uma redução de 7,3% em relação à safra anterior. A projeção para o arábica também é de queda, com estimativa de recuo de 29,1% ante ao volume colhido na última safra, pois a produção deverá ser de 3.093 milhões de sacas.
No ano passado, a área do conilon no estado foi de 259,174 hectares, o que rendeu cerca de 47,7 sacas por hectare. Para este ano, a previsão é de 261,921 hectares e 43,8 sacas por hectare.
O Espírito Santo é o principal produtor de café conilon do país, com concentração mais expressiva na região norte capixaba. Segundo estimativa da Conab, a região apresentou volume de chuva abaixo da média, principalmente em maio e setembro de 2022, e registros pontuais de ventos fortes e baixas temperaturas, que impactaram algumas lavouras.
“Algumas lavouras foram impactadas, especialmente no aspecto de desfolha das plantas e também no abortamento de flores. Isso deve diminuir o potencial produtivo de algumas lavouras e reduzir o rendimento médio da cultura no estado, se comparado à temporada passada”, explicou a Conab no documento.
O secretário de Agricultura do Espírito Santo, Enio Bergoli, pontuou que os fatores climáticos foram os primeiros a contribuir para a queda de 7% da produção do café conilon, principalmente por conta da alta temperatura registrada durante a florada do conilon. Enio também destaca que uma das possibilidades para a redução é a nutrição inadequada do solo devido ao alto custo dos insumos agrícolas.
No momento, o ciclo do café está na etapa da granação conhecida pelo enchimento dos grãos. Espera-se que a partir de março as operações de colheita comecem para o café conilon, sendo estendidas até agosto de 2023.
O ciclo cafeeiro começou com certa oscilação climática. Entre maio e agosto de 2022, os níveis de precipitação ficaram bem abaixo do esperado. A partir de setembro, as chuvas passaram a incidir em volumes um pouco maiores, porém com distribuição irregular, melhorando efetivamente o cenário a partir de outubro.
A produção do arábica deverá ser de 3.093 mil sacas, 29,1% abaixo do volume colhido na última safra. A região sul do estado é onde se concentra a maior porção da área cultivada. O secretário Enio destaca que a queda acentuada pode ter sido influenciada por três fatores: bienalidade negativa, fatores climáticos e a incidência de doenças (como a mancha de phoma).
“A bienalidade negativa é uma característica dos cafés cultivados nas montanhas, do tipo arábica, ter um ano de safra mais alto e outro mais baixo. O ano de 2023 será de bienalidade negativa. O segundo fator é que o estado apresentou temperaturas baixas em determinados períodos, além de chuvas em excesso durante e depois da florada. A incidência de doenças como a phoma também contribuiu para o rendimento negativo”, explicou Bergoli.
Pelo calendário agrícola previsto na região, a colheita só deve começar a partir de maio de 2023 e estender suas operações ao menos até novembro do mesmo ano.
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