Empresa capixaba recebe primeiro registro de biofertilizante do Brasil
O mercado de insumos biológicos no Brasil deverá movimentar R$ 16,9 bilhões até 2030, considerando uma taxa de crescimento acumulada de cerca de 25%, segundo dados da IHS Markit. Em 2021, a Spark estima que o mercado nacional alcançou R$ 1,3 bilhão para defensivos biológicos e R$ 393 milhões para inoculantes. Além do cenário ser de otimismo para os próximos anos, os biodefensivos têm conquistado espaço nas lavouras de produtores que estimam alcançar mais eficiência e rentabilidade de forma sustentável. O uso já é realidade no Espírito Santo, como no caso da propriedade do Eduardo Bortolini. Confira mais detalhes.
Há cinco meses, o produtor Eduardo Bortolini utiliza os biodefensivos na lavoura de café, localizada no município de Linhares. Devido aos resultados positivos, em janeiro deste ano, passou a utilizá-los também na pecuária.
A adoção de produtos biológicos surgiu pela necessidade de combater nematóides na fazenda. “No caso do nematóide é necessário jogar uma carga muito grande de produtos químicos para auxiliar no controle, mas nos produtos biológicos não é preciso. Eles têm a função de controlar as pragas e doenças em diversas culturas, propiciando um volume de microrganismos e gerando equilíbrio para o solo. Optamos por usá-los dentro da propriedade”, explicou.
Para isso, firmou parceria com uma empresa credenciada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que oferece a estrutura do biorreator. Assim, o produtor se tornou um multiplicador de bactérias e fungos diretamente na propriedade. Esse modelo chama-se “on farm”, também conhecido como “produção caseira nas fazendas” de insumos biológicos.
“Nós adotamos o modelo on farm e compramos a ideia de trazer o equipamento para a fazenda por meio de comodato. Eu construí uma biosala climatizada para receber o biorreator e estamos há cinco meses fazendo a multiplicação de bactérias e fungos”, destacou o produtor.
Além de resolver os problemas com os nematóides, entre os principais benefícios encontrados por Bortolini, ao usar o sistema na fazenda linharense, está o custo benefício. Segundo ele, a produção própria garante redução no custo final.
O combate ao ácaro, à broca e à cochonilha também é um fator apontado pelo produtor como benéfico. No entanto, as vantagens são ainda maiores aliadas ao uso de produtos que ativam os nutrientes necessários e garantem o melhor ambiente para o solo.
O crescimento do mercado brasileiro de defensivos biológicos segue tendência mundial de redução do uso de agroquímicos para combater pragas e doenças nas lavouras. O mercado global de biodefensivos foi estimado em US$ 5,2 bilhões em 2020, de acordo com a IHS Markit. A expectativa é que, até 2027, continue em crescimento, superando US$ 10 bilhões para biodefensivos.
O controle biológico permite o uso de organismos vivos e agentes encontrados na natureza, como insetos, plantas, fungos e bactérias que conseguem controlar pragas e doenças em plantações. Também são combatidas doenças provocadas por lagartas, moscas, nematoides (vermes microscópicos), cigarrinha das raízes, broca da cana, ácaros, fungos, bem como outros agentes nocivos para a agricultura.
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