ApexBrasil discute ações de apoio ao agronegócio capixaba no mercado internacional
Segundo maior produtor de café arábica do mundo, a Colômbia está entre os 10 principais importadores do café brasileiro, com a compra de 1,7 milhão de sacas. O volume calculado entre janeiro e dezembro de 2022 é 48,1% maior se comparado com o ano de 2021. Segundo levantamento do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), a quantidade embarcada para a Colômbia foi de 975.021 mil sacas de arábica e o restante de conilon. O país vizinho está na liderança das exportações pelo Porto de Vitória, com 483.128 mil sacas de café. Veja mais detalhes.
O país sul-americano é o terceiro maior produtor de café do mundo, atrás de Brasil e do Vietnã. No entanto, enfrentou uma estação chuvosa devido ao fenômeno La Niña que atrasou a florada e a produção dos cafezais. A produção caiu cerca de 12% no ano passado e, com isso, a parceria comercial com o Brasil tem registrado crescimento.
Para o presidente do Conselho Deliberativo do Cecafé, Márcio Ferreira, o avanço das exportações para a Colômbia também pode ser explicado pelas boas práticas adotadas pelos produtores brasileiros nas lavouras de café.
“O café brasileiro, embora de qualidade internacional reconhecida, ainda tem preços que não são altos como o preço da Colômbia. Isso amplia o interesse de levar o café arábica brasileiro em função do custo ser mais barato. Eles utilizam o café para abastecer o consumo interno e, possivelmente, para a produção de blends de café colombiano e brasileiro com destino para eventuais exportações”, explicou.
Segundo Ferreira, a qualidade do conilon do Brasil vem aumentando ao longo dos anos, o que facilita na hora de oferecer ao consumidor um produto com preços mais atrativos, sem interferir na qualidade.
O Espírito Santo, como maior produtor de conilon, também se destaca no envio do produto para outros países. As exportações de cafés do tipo arábica e conilon com embarque do Porto de Vitória ficaram concentradas com destino à Colômbia, com o envio de 483.126 mil sacas de 60 kg. Em seguida, a Argentina, com 272.780 mil sacas e a Espanha, com 263.247. O país também está na liderança em relação à receita cambial, com US$ 77.269.850,41. O tipo mais exportado foi o conilon, com 467.431 mil sacas.
O fato da Colômbia ser referência mundial em cafés de qualidade e ao mesmo tempo ter sido o maior importador de café brasileiro (arábica e conilon) em 2022 tem chamado a atenção.
Este fator pode contribuir para a projeção anunciada por Márcio Ferreira durante o evento “Vitória Coffee Summit” no ano passado, que contou com a presença de lideranças nacionais do setor cafeeiro na capital capixaba. Segundo ele, o Brasil tem potencial para se tornar o maior produtor de robusta nos próximos cinco anos, superando o Vietnã, atualmente o maior produtor.
“Nós vemos a cada ano a melhoria da qualidade do café brasileiro. No caso do Brasil, chama atenção a qualidade, a competitividade, a rastreabilidade e a segurança alimentar, além de todas as demandas de ESG. Os números confirmam que o país caminha para um aumento das exportações”, destacou.
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