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Na última semana, foram confirmados casos de Influenza Aviária em aves silvestres na Argentina e Uruguai. Após o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reforçar que o Brasil continua livre da doença, o status de vigilância continua em evidência. No Espírito Santo, autoridades e órgãos ligados ao setor já reforçaram as orientações de prevenção, para caso ela chegue ao Brasil. A Associação de Avicultores (Aves), por exemplo, é uma das instituições que tem reforçado as ações de prevenção da doença. Segundo o diretor-executivo Nélio Hand, as granjas que não possuem medidas de biosseguridade são proibidas de realizarem novos alojamentos.
A influenza aviária é altamente contagiosa e afeta principalmente aves domésticas e silvestres. Em entrevista à imprensa, o ministro Carlos Fávaro destacou que ela não é transmitida pela carne de aves e nem pelo consumo de ovos.
“Estamos tomando providências preventivas, reforçando nosso sistema de vigilância nas fronteiras, mas garantindo que, por ora, o Brasil continua com status livre da gripe aviária”, disse Fávaro.
A disseminação do vírus ganhou força nos últimos meses com a migração das aves silvestres, animais que são hospedeiros naturais do vírus, ao continente sul-americano. O período de migração desses animais vai de novembro a abril.
Mesmo com casos já detectados em países sul-americanos como Colômbia, Venezuela, Chile, Equador, Peru e, mais recentemente, na Bolívia, Uruguai e Argentina, é importante destacar que o Brasil nunca registrou a doença. Contudo, autoridades nacionais têm promovido uma série de ações preventivas. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), por exemplo, lançou a campanha “Influenza aviária? Aqui não!”.
A nível estadual, como uma das ações de prevenção, o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), o Mapa e a Aves estão divulgando uma série de materiais de comunicação nas redes sociais com o objetivo de conscientizar produtores e a população em geral, chamado de “Influenza Aviária: vamos prevenir”.
De acordo com o diretor-executivo da Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (Aves), Nélio Hand, a disseminação da doença ocorre principalmente pelo contato direto entre as aves infectadas, com predominância entre as silvestres. Hand explica que também existe risco na transmissão para as aves por meio de materiais contaminados, por isso é importante a adoção de medidas de biosseguridade.
“O vírus pode ocasionalmente afetar mamíferos, que incluem o homem, mas são muito raros os casos, e se deram através do contato muito direto com as aves doentes. No entanto, não há risco no consumo de ovos e carnes de aves”, explicou.
A Nater Coop, tradicional cooperativa com sede no município de Santa Maria de Jetibá, município considerado o maior produtor de ovos do Brasil, também adota medidas de prevenção em seu Condomínio Avícola e Recria de Aves.
Periodicamente é realizada a desinfecção de veículos e materiais que acessam as granjas e também são impedidos o contato dos animais das granjas com outras aves, especialmente as silvestres. Além disso, são verificados rotineiramente a integridade das telas das granjas e das cercas dos núcleos, bem como são proibidos o acesso a todos que não tem ligação direta com cada unidade.
O diretor-presidente Denilson Potratz destaca que a cooperativa e a associação estão unidas com o mesmo objetivo. “Nós temos orientado os produtores cooperados a seguir as mesmas medidas de biosseguridade da Instrução Normativa do Mapa, número 56, nas granjas visando limitar a exposição aos riscos de entrada do vírus e o contato com aves silvestres”, ressaltou Potratz à coluna.
A coluna Agro Business conversou com o diretor-executivo da Aves, Nélio Hand, para entender quais são as recomendações para os frigoríficos e granjas do Espírito Santo. Confira o bate-papo.
Agro Business: Diante dos casos confirmados de influenza aviária na Argentina e no Uruguai, sendo este último em um local a 180 quilômetros da fronteira com o Brasil, quais são as recomendações para os frigoríficos e granjas do Espírito Santo?
Nélio Hand: As entidades nacionais e estaduais, como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Aves, e os órgãos oficiais estão orientando de forma muito incisiva para que reforcem as medidas de biosseguridade das granjas, através da restrição de visitas e da checagem das medidas já adotadas, como tela contra pássaros, cerca ao redor das granjas, desinfecção de veículos, troca de roupa ao acessar a unidade produtiva, entre outras medidas.
A orientação é que tenham a máxima atenção para notificar qualquer caso suspeito, para que as medidas de investigação sejam tomadas, e as ações de erradicação de um possível foco, sejam tomadas o mais rapidamente possível.
Nesta linha estão sendo feitas diversas campanhas de comunicação e disponibilização de materiais ao setor e a população.
AB: O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, declarou que o estado de vigilância será ampliado no Brasil. Quais ações foram adotadas até o momento de prevenção à influenza aviária no estado?
NH: É importante destacar que o Brasil possui desde 1994 um Programa Nacional de Sanidade Avícola, e a partir daí foram criadas diversas outras normativas. Ou seja, estamos há muitos anos nos prevenindo e nos preparando para um possível caso da doença.
Nesse sentido, a adoção de medidas de biosseguridade, que já são usadas, estão sendo reforçadas. Para se ter uma ideia, as granjas que não possuem medidas de biosseguridade são proibidas de realizarem novos alojamentos.
Recentemente, o Plano de Vigilância foi atualizado e, aqui no Espírito Santo, o Idaf vem fazendo a coleta de amostras nas granjas e criações de subsistência para verificar se há circulação do vírus. Foram 585 amostras coletadas em 2022.
O Mapa e o Idaf têm feito um ótimo trabalho de divulgação junto às entidades ambientais, em relação ao monitoramento de aves silvestres. E o Ministério tem intensificado a fiscalização nas fronteiras do país.
No cenário nacional, a Aves participa do Grupo Especial de Prevenção à Influenza Aviária (GEPIA), coordenado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Aqui no Espírito Santo, o setor tem realizado articulações com os órgãos oficiais e instituições (Idaf, Seag, Mapa, Coesa-ES, ABPA) para estar atualizado e programado com ações de reforço.
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