Mar 2023
4
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Justiça manda desocupar área da Suzano e fixa multa

O Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF-ES), o Espírito Santo em Ação, da Federação das Indústrias (Findes) e o ex-governador e presidente executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Paulo Hartung, declararam em uníssono que as invasões levam à insegurança jurídica e repelem investimentos no Brasil.

Hartung argumentou que as invasões “vão na contramão do desejo do fortalecimento da democracia ao aprofundar as divisões do país”. Além disso, em entrevista ao Estadão, criticou o silêncio das autoridades.

Por parte do governo federal, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse em entrevista que tentará “resolver pelo diálogo”. Segundo ele, deve ser estabelecida uma negociação que foi interrompida há 10 anos. Apesar disso, a movimentação do governo ainda é tímida. Reuniões já foram marcadas com a empresa, mas ainda não foram anunciadas medidas concretas que possam resolver a situação.

A Suzano recorreu à Justiça, que já determinou a reintegração de posse e multa de R$ 5 mil por dia de ocupação.

A Findes, por meio de nota de repúdio, declarou que as invasões acarretam prejuízos econômicos e sociais nas áreas que são privadas e produtivas. “Destacamos que a companhia cumpre integralmente a legislação brasileira, preza pelo desenvolvimento sustentável e gera aproximadamente sete mil empregos diretos, mais de 20 mil postos de trabalho indiretos e renda para 37 mil pessoas da região”, disse.

O IBEF também se pronunciou publicamente e destacou a forte atuação das operações empresariais da Suzano em território capixaba. “A companhia possui histórico de integridade e zelo em suas operações florestais e industriais, gerando relevante geração de emprego e renda, e não deve ser vítima de ações questionáveis do ponto de vista ético, moral e legal”.

O ES em Ação acredita que medidas devem ser adotadas para evitar que ocupações em áreas privadas se repitam novamente. A organização também reforça que todas as questões devem ser tratadas dentro da legalidade e o diálogo deve permanecer como principal ferramenta para avanços sociais, econômicos e políticos.

É unânime entre as lideranças empresariais que deve ocorrer uma imediata reintegração de posse das áreas que foram invadidas para que, desta forma, a defesa e a preservação do direito à propriedade privada seja garantida. Como consta na Constituição Federal, o Estado deve garantir o direito de propriedade como direito fundamental. 

Entenda sobre as invasões do MST nas propriedades da Suzano

A entrada dos integrantes do MST começou na última segunda-feira e as fazendas ainda não foram desocupadas. As famílias reivindicam a desapropriação imediata dos latifúndios para fins de reforma agrária.

As lideranças do MST trazem em seus discursos que as ocupações ocorreram em terras improdutivas, mas vale destacar que este não é o caso. A Suzano gera na região, aproximadamente, sete mil empregos diretos e mais de 20 mil postos de trabalho indiretos.

Se considerar o Espírito Santo, é responsável por produzir 2,3 milhões de toneladas por ano, em Aracruz, e 30 mil toneladas por ano na unidade de conversão de papéis higiênicos, em Cachoeiro de Itapemirim. Com essa produção, gera 4.800 empregos diretos.

As reivindicações estão ocorrendo como forma de denúncia a monocultura do eucalipto na região e possíveis problemas de crise hídrica nos municípios.

O que deve prevalecer neste momento é o diálogo entre os integrantes do movimento e as lideranças da empresa justamente para entender em quais pontos podem ser melhorados no que se refere a produção em larga escala do eucalipto, entre outras ações. Porém, nada justifica as invasões que foram registradas neste início de março.

O MST traz em forma de campanha o seguinte dizer: “o agronegócio lucra com a fome e a violência”. No entanto, mais de 19 milhões de pessoas vivem do agronegócio, sendo este o sustento de muitas famílias em diversos municípios brasileiros.

Além disso, agronegócio é responsável por quase 30% do PIB do país e, se for levado em consideração o estado da Bahia, a participação é superior a 24%.

Para evidenciar a relevância, entre 2020 e 2022 o PIB agrícola do país saltou de US$ 122 bilhões para US$ 500 bilhões – o equivalente ao PIB da Argentina. A safra recorde de mais de 300 toneladas esperada para o Brasil neste ano evidencia a proporção que o setor tomou dentro da economia brasileira.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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