Mar 2023
9
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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porStefany Sampaio

Entenda como funcionará o programa

Por ser uma iniciativa inédita no Espírito Santo, o projeto-piloto terá a participação de até 12 famílias. Como pré-requisito, as famílias que ingressarem devem ser compostas por, no mínimo, duas gerações.

Os participantes terão acesso a uma metodologia ampla, que abordará diversos aspectos relacionados à sucessão familiar, tais como direito hereditário, gestão estratégica do negócio, empreendedorismo e mediação de conflitos.

O cooperado José Rodrigues Aguiar Filho demonstrou ter interesse na participação e acrescentou que no passado o desejo das famílias rurais era de que os filhos se dedicassem à vida acadêmica, mas este cenário tem mudado.

“Muitos jovens têm percebido que as propriedades podem ser ótimas fontes de renda e estão percorrendo esse caminho de volta. Nessa nova visão, torna-se ainda mais importante planejar o processo sucessório”, analisou.

Dentre os benefícios do programa estão a possibilidade de conhecimento dos aspectos legais; a definição de ações e estratégias para o futuro dos negócios e da propriedade; capacitação para elaboração de um plano de ação para a sucessão familiar e fortalecimento da comunicação e do relacionamento, trazendo sinergia para o ambiente familiar e estabelecendo uma relação de confiança entre os participantes.

“Estamos dando início a um importante projeto para a Cooabriel. O processo sucessório ideal deve ser construído sobre bases sólidas para que ocorra da melhor forma possível e obtenha êxito. Isso exige planejamento dentro do conjunto familiar e o propósito da cooperativa é poder contribuir nesse aspecto. Já abordamos essa temática há algum tempo e agora contamos com o apoio das equipes do Senar do Espírito Santo e do Paraná. Isso certamente trará grandes resultados”, destacou o presidente da Cooabriel, Luiz Carlos Bastianello.

Representando o Senar-ES, o diretor-técnico Fabrício Gobbo Ferreira ressaltou a satisfação pela parceria com a cooperativa e reafirmou a importância da discussão dessa temática para o estado. “Há anos temos uma preocupação muito forte em relação à sucessão familiar. É um projeto pioneiro que estamos trazendo para o Espírito Santo, mas estamos certos de que tem qualidade e pode contribuir para tornar o processo sucessório mais transparente e consciente, integrando as famílias”, explicou Ferreira.

Conforme esclarece o instrutor do Senar-PR, que é o detentor da metodologia Herdeiros do Campo, Luiz Antônio Tiradentes, a expectativa é de que as famílias cheguem ao fim da capacitação compreendendo que a sucessão deve ser um processo pensado e planejado.

“É um processo longo, a fim de que haja tempo para que o sucessor realmente compreenda como é a gestão da propriedade e para que a transição seja construída com base em fatores como o diálogo, autonomia e confiança mútua entre os familiares”, detalhou.

Sucessão familiar no campo

Uma das famílias que decidiu ingressar no programa é a do cooperado Solimar Cuquetto. O produtor relata que passou por um processo de sucessão não planejada que acabou sendo mais complicado de administrar. “Por meio desses aprendizados estaremos preparados para realizarmos um processo sucessório mais suave”, comentou.

A filha do cooperado, Roziani Cuquetto Schulz e seu esposo, Alexandro Schulz, também cooperado da Cooabriel, já estão atuando em conjunto nesta mesma propriedade e compartilham desta visão. “Compreender todos os aspectos que envolvem a sucessão familiar será muito importante para nós, trará maior clareza nas ações e nos permitirá caminhar juntos”, concluiu.

O superintendente da Cooabriel, Carlos Augusto Pandolfi, ressaltou que a sucessão está diretamente relacionada ao futuro das propriedades rurais e, por consequência, da própria cooperativa. “Temos 60 anos de uma história bem construída e sem manchas e precisamos pensar em quem serão nossos futuros líderes.  É necessário que sejam pessoas que entendam o propósito desta cooperativa. Um benefício importante que este projeto nos traz é justamente poder visualizar esse futuro”, ressaltou.

 

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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