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Os embarques nacionais de café totalizaram 2,396 milhões de sacas e receita cambial de US$ 505,9 milhões em fevereiro deste ano. Segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o desempenho apresentou queda de 33,3% em volume e de 38,5% em faturamento na comparação com o mesmo período do ano passado. Além disso, o preço médio da saca de US$ 211,13, recuou 7,9% no mesmo intervalo.
Em janeiro e fevereiro deste ano, as remessas brasileiras de café ao exterior apresentaram declínio de 25,4%, saindo de 7,008 milhões, no primeiro bimestre de 2022, para os atuais 5,226 milhões de sacas. A receita percorre caminho similar ao somar US$ 1,117 bilhão, ou queda de 28,8% ante mesmo intervalo antecedente.
A baixa nos embarques é justificada pelo período de entressafra, após duas colheitas menores, impactadas por adversidades climáticas em importantes regiões produtoras do Brasil, e pelo contexto do mercado internacional. É o que aponta o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira.
“Quanto mais longe de uma safra alta, como a de 2020, que foi recorde, menos café remanescente teremos, impactando na oferta. Apesar de a Bolsa de Nova York ter se recuperado em janeiro e fevereiro, ainda está bem aquém dos níveis registrados em setembro, antes do início do movimento de queda, quando o produtor aproveitou a combinação de mercado e câmbio favoráveis, fez o dever de casa e vendeu o que era possível”, analisou Ferreira.
No cenário atual, apesar da recuperação dos preços internacionais no primeiro bimestre, as cotações ainda não são atrativas para o produtor negociar o estoque. Segundo ele, o estoque não é grande em função das colheitas menores em 2021 e 2022.
O café arábica foi o mais exportado em janeiro e fevereiro deste ano, com o despacho de 4,461 milhões de sacas ao exterior, o que corresponde a 85,4% do total. O segmento do solúvel teve 600.184 sacas embarcadas, com representatividade de 11,5%, seguido pela variedade canéfora (robusta + conilon), com 159.080 sacas (3%) e pelo produto torrado e torrado e moído, com 5.251 sacas (0,1%).
No café arábica, os níveis praticados no mercado interno estão acima da cotação da Bolsa de Nova York e, por consequência, o volume negociado no Brasil é menor do que o fluxo normal, limitando-se, em sua maioria, à cobertura de vendas contratadas previamente e a poucos novos negócios, impactando o desempenho das exportações.
Ferreira observa que, nesse contexto, alia-se a contínua e crescente demanda do mercado nacional pelo café canéfora. “Com o spot lá fora mais atrativo do que nosso arábica (Free on Board) e os conilon e robusta majoritariamente direcionados às indústrias internas, o Brasil perde competitividade nas exportações das duas variedades”, disse.
Esse comportamento pode ser observado até a entrada da safra 2023, mais especificamente do arábica, entre junho e julho, quando deve ter o registro de retomada nos embarques.
Os Estados Unidos continuaram a ser o principal comprador de café brasileiro nos dois primeiros meses de 2023, adquirindo 978.334 sacas. O volume é 29,2% inferior ao registrado no mesmo período de 2022. Esse montante equivale a 18,7% dos embarques totais brasileiros.
A Alemanha, com representatividade de 15,1%, importou 787.264 sacas e ocupou o segundo lugar no ranking. Na sequência, a Itália comprou 398.067 sacas, a Bélgica 313.292 sacas (-59,7%) e o Japão adquiriu 247.672 sacas.
Entre os destaques positivos, aparecem as exportações dos cafés do Brasil para Colômbia, Holanda (Países Baixos) e França. Entre os principais destinos do produto no primeiro bimestre, os colombianos adquiriram 226.179 sacas, o que representa aumento de 7,8% frente ao volume adquirido em janeiro e fevereiro de 2022.
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