O Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo encerrou 2022 com crescimento de 1,9%, influenciado pela expansão dos setores de Serviços (+8,9%) e do Comércio Varejista (+0,3%), e contrabalanceado pela redução da Indústria geral (-8,4%). Os dados do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) também estimam que a produção agrícola capixaba cresceu em seis culturas e reduziu em quatro. A produção de café arábica foi a que mais expandiu entre as 10 principais culturas do estado, com 42,7% devido à bienalidade positiva, além da área colhida ter ampliado em 8,3%. Já o conilon registrou aumento de 6,8% na produção e 3,5% na área de plantio.
Os dados divulgados pelo Instituto Jones destacam que a produção agrícola do estado tem perspectivas de alta na produção de café conilon, arábica, pimenta-do-reino, tomate, cana-de-açúcar e cacau. Além disso, foram registrados queda na produção de coco, banana, mamão e mandioca.
Antonio Ricardo Freislebem, coordenador de Estudos Econômicos do IJSN, ressalta o compromisso do instituto em cumprir a missão de divulgar os dados do PIB capixaba, bem como o peso significativo que a agropecuária desempenha no estado.
“Ter o conhecimento sobre as áreas agrícolas produtivas do Espírito Santo é de extrema importância para basear as políticas públicas. Além do mais, a atividade cafeeira é a principal na agricultura capixaba e tem presença em quase todos os municípios, sendo este um dos produtos com maior participação tanto de valor econômico quanto na geração de postos de trabalho. Todos saem ganhando com a exposição dos dados e das análises”, explicou Freislebem.
O coordenador do IJSN explica que os casos de queda de área de plantio e aumento de produção agrícola podem ser explicados por conta de melhores tratos culturais das lavouras. Trata-se de áreas um pouco menores, mas com produtividade elevada. Outros fatores que podem contribuir para essa situação são: o clima e a melhor adubação da lavoura. Esses casos foram observados nas culturas do tomate e da cana-de-açúcar.
Confira abaixo a participação de cada cultura produzida em mil toneladas em 2021 e 2022, as suas variações, bem como a área colhida para esses anos e as variações positivas e negativas.
Café: Após apresentar incremento de mais de 20% no volume produzido entre 2020 e 2021, o café conilon, principal produto agrícola capixaba, respondeu por 48,9% no valor de produção da agricultura em 2021. Em 2022, apresentou crescimento de +6,8% no volume, já em termos de área, ocorreu um incremento de +3,5%. A produção ficou em 730,7 mil toneladas.
Já o café arábica apresentou queda de quase 30% entre 2020 e 2021, devido à bienalidade negativa em 2021, e participou com 17,6% no valor de 2021. No ano passado, apresentou crescimento de +42,7% no volume e +8,3% na área colhida, fechando a produção em 222,0 mil toneladas.
Pimenta-do-reino: registrou crescimento de quase 7% no volume entre 2020 e 2021, e participação de 10,9% de participação no valor de 2021. Seguiu em crescimento em 2022, com +6,6% no volume e +8,5% na área, com 76,9 mil toneladas.
Banana: exibiu queda de quase 1% no volume, entre 2020 e 2021 e participação de 4,4% no valor de 2021. Em 2022, apresentou queda de -3,6% no volume e -0,7% na área, fechando a produção com 397,8 mil toneladas.
Mamão: respondeu por 4,3% do valor da produção da agricultura em 2021, exibiu queda de -3,0% no volume e -4,5% na área em 2022. Essa redução se deve à erradicação de áreas ao final de 2021, devido ao fim do ciclo produtivo. Novas áreas foram plantadas, porém, há demora para que se atinja o pico produtivo.
Tomate: participou com 3,2% do valor agrícola de 2021. No ano passado, ocorreu aumento de +2,8% no volume e queda de -5,6% na área, fechando a produção em 151,6 mil toneladas.
Cana-de-açúcar: respondeu por 2,3% do valor agrícola de 2021. No ano seguinte, apresentou aumento de +6,3% em volume e queda de -1,3% na área.
Cacau: apresentou participação de 1,5% no valor da produção da agricultura em 2021, apresentou incremento de +1,5% no volume e +1,5% na área em 2022.
Coco: Após redução de quase 2% no volume de produção do coco, entre 2020 e 2021 e participação de 0,9% no valor agrícola de 2021, a cultura seguiu em tendência de queda em 2022, com -14,1% no volume e -6,7% na área em 2022.
O principal município responsável por essa queda foi São Mateus, o maior produtor, que respondeu por 39,0% do volume em 2021, caindo para 32,27% em 2022, devido à erradicação de áreas dada pelo fim do ciclo produtivo da cultura. Também foi relatado alta nos preços dos insumos produtivos, desestimulando o aumento da produção para 2022.
Mandioca: Tomou o lugar do abacaxi no ranking dos dez principais produtos em participação no valor produtivo, em 2021, com 0,8% do total, apresentou contração de -1,1% no volume e aumento de +0,3% na área em 2022.
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