Mar 2023
12
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Cacauicultura vê risco fitossanitário nas importações

A instrução normativa suspendeu no país as precauções sanitárias até então em vigor. O produto do país africano chega ao Brasil sem ser submetido ao tratamento com brometo de metila contra pragas e doenças quarentenárias.

André Scampini, diretor executivo da associação, explica que foi preciso apresentar uma reivindicação porque produtores de cacau dos estados brasileiros estão preocupados com a situação, principalmente do Espírito Santo e Bahia.

O receio é justamente pela proximidade com o Porto de Ilhéus, onde desembarcou uma carga com 10 mil toneladas de amêndoas, conforme anunciou a Associação Nacional dos Produtores de Cacau (ANPC). Apesar da preocupação, não há informações sobre a descoberta de pragas oriundas do cacau na região.

A preocupação de produtores, inclusive de Linhares, é com a hipótese de entrada de mais uma doença que possa comprometer as plantações de cacau. Após o plantio do cacaueiro, ele leva de quatro a cinco anos para florescer e apenas uma parte vai fertilizar e dar frutos. Vale destacar que o município é um dos principais produtores de cacau e representa mais de 70% de toda produção capixaba.

As queixas dos produtores brasileiros contra a importação do cacau da Costa do Marfim não são de hoje. Segundo a Acau, o produto poderia trazer junto ervas daninhas e pragas que não existem no Brasil. A justificativa é que os produtos que estão sendo aplicados na carga africana não tem eficácia comprovada e somente o brometo de metila seria capaz de oferecer a segurança fitossanitária.

“O receio é que pragas quarentenárias que não existem no nosso ecossistema cheguem ao Brasil. Nós, produtores, já sofremos com a vassoura de bruxa que foi deliberadamente inserida nas lavouras de cacau e também existe a doença do cacaueiro Monilíase detectada no Acre”, destacou.

Uma vez instalada nas plantações, a doença causa grandes perdas econômicas porque pode comprometer totalmente a produção, pois ataca diretamente o fruto em qualquer fase do desenvolvimento.

“A abertura de mercado para o cacau vindo de outros continentes é interessante, mas não se pode afrouxar regras de controle sanitários que os próprios produtores brasileiros praticam na hora de exportar o que é colhido aqui. Isso causa um risco enorme de entrada de pragas nas plantações de cacau em todo o Brasil”, explicou o deputado Lucas Scaramussa, que tem defendido o controle sanitário das amêndoas no estado.

 

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