Mais de R$ 1 trilhão: valor da produção agropecuária é o maior em 34 anos
As exportações de mamão no primeiro bimestre de 2023 tiveram um volume de 5,87 mil toneladas, número inferior 17,53% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o faturamento foi de U$S 8,05 milhões, 0,37% maior na comparação com o primeiro bimestre de 2022. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que os principais estados exportadores foram o Espírito Santo (36%), Rio Grande do Norte (36%), Paraíba (10%) e Bahia (10%), e o destino primordial foi a Europa (principalmente Portugal, Espanha, Reino Unido e Alemanha).
O motivo principal para a queda está relacionado à baixa oferta do fruto no território nacional devido a menores investimentos nos últimos anos na compra de sementes, redução da área plantada, elevação dos custos de produção e diminuição dos tratos culturais, além das chuvas no início do ano.
A Conab avalia que o cenário deve ser mitigado com o aumento da oferta no segundo trimestre do ano.
José Roberto Macedo Fontes, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), sediada em Linhares, avalia que o recuo nas exportações foi causado principalmente pela queda significativa na área de plantio.
Além de vários fatores, como doenças que afetaram várias regiões e causaram o corte precoce das plantas. Vale destacar que a cultura do mamão requer alto investimento para os produtores e é sensível a doenças, o que pode resultar em perdas significativas.
Macedo ressalta que a redução da área de plantio e a queda na produção foram fatores importantes que contribuíram para o aumento do preço da fruta. Além do mais, os municípios do Espírito Santo sofreram com problemas climáticos no final do ano passado e início deste ano, com chuvas excessivas que causaram morte de plantas e incidência de doenças, levando a perdas no pós-colheita.
O diretor-executivo da Brapex avalia que o mercado interno continua sendo a opção mais atraente para os produtores nacionais devido aos altos custos de exportação e ao risco de perdas de frutos com podridões.
“Isso resultou na redução do volume processado de mamão e, consequentemente, na queda nas exportações. No entanto, o preço no mercado interno continuou atrativo e, por isso, o produto também foi direcionado a este mercado, que oferece menor risco do que enviar o produto para outros países”, explicou.
Apesar disso, o Espírito Santo continua sendo o principal exportador de mamão no Brasil, com a Bahia produzindo um grande volume, mas focando mais para vendas no mercado interno. O Rio Grande do Norte também acompanha a produção e exportação porque muitas empresas capixabas possuem filiais na região.
A qualidade das frutas produzidas no Brasil tem chamado atenção do mercado internacional. Nesta semana, o Chile abriu oficialmente as portas para o mamão brasileiro.
A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) esteve à frente das negociações juntamente com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a Brapex.
“A reunião desta semana foi com o ministério e com órgãos estaduais de defesa agropecuária para alinhar o plano de trabalho para o entendimento dos produtores. Agora, a próxima etapa vai ser dissecar as obrigatoriedades e requisitos e passar as informações para os exportadores”, destacou José Roberto, que também participou do encontro.
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