Fábrica de kombucha de Pedra Azul vai expandir oferta de produtos e pontos de vendas no Espírito Santo
O município de Pancas terá a primeira usina termomagnética do Espírito Santo para tratamento de resíduos sólidos urbanos sem poluir o meio ambiente, com uma tecnologia inovadora importada do Japão. Para atender um problema antigo do município e reduzir o uso de aterros sanitários, a usina será inaugurada nos próximos dias com capacidade de processar até 20 toneladas por dia de resíduos.
O município em busca de uma alternativa que pudesse solucionar dar uma destinação correta aos resíduos sólidos urbanos identificou a tecnologia implementada no Paraná. Desde 2021, o projeto está em implementação em Pancas, com previsão de inaugurar no próximo dia 14 de abril deste ano.
De acordo com o prefeito de Pancas, Sidiclei Giles, o investimento total para a instalação da usina foi de R$ 6 milhões, sendo a maioria do recurso financiado por meio de linha de crédito.
“Nós conseguimos financiamento de R$ 5,4 milhões na operação reconhecida pelo Banco do Brasil e, inclusive, recebemos o selo de sustentabilidade de operação sustentável. Considerando que o gasto anual do município é de R$ 800 mil a R$ 1 milhão por ano e que são produzidos cerca de 180 a 200 toneladas por mês de resíduos, o valor investido será recuperado em breve e ainda deixará um legado ambiental para as próximas gerações”, destacou o prefeito.
A usina está apta a funcionar em parceria com a Associação de Empreendedores Ambientais do município. Ao todo, 16 colaboradores devem fazer parte do time para a transformação dos resíduos sólidos urbanos, sendo que oito deles também fazem parte da coleta seletiva de materiais recicláveis, como plástico, papelão, vidro, papel, entre outros.
Após a seleção dos materiais que serão destinados a reciclagem, a usina fará a decomposição dos resíduos sólidos. “Em vez de adotar uma medida paliativa, como o uso de aterros sanitários, as cinzas podem ser utilizadas para a fabricação de blocos para pavimentação e insumos agrícolas. O efluente que sai da composição pode ser transformado em energia”, disse.
Prefeituras dos estados de Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro também já demonstraram interesse na construção de uma usina termomagnética. Em Catas Altas/MG, a obra já foi iniciada e a fase de terraplanagem concluída.
A iniciativa se trata de uma derivação do projeto-piloto implantado pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo do Paraná, que inaugurou a primeira usina térmica no Brasil para o tratamento de resíduos sólidos em 2021.
A tecnologia consiste na transformação do resíduo em cinza, podendo diminuir em até 97% a massa do material introduzido no sistema, bem como é capaz de decompor resíduos de origem animal ou vegetal, derivados de petróleo em geral, resíduos contaminados e de serviços da saúde.
As cinzas podem ser aproveitadas para fabricação de asfaltos e insumos agrícolas. Essa é uma alternativa para garantir um tratamento eficaz do lixo com impacto mínimo no meio ambiente.
Gustavo Pizzolotto, engenheiro ambiental da empresa detentora da tecnologia e que forneceu suporte para instalação do equipamento, explica que o conjunto industrial é capaz de receber um volume aproximado de 15 metros cúbicos de resíduos sólidos urbanos. Além disso, possui uma esteira de elevação para servir a esteira de seleção onde os colaboradores vão poder realizar a triagem dos recicláveis.
“Os gases gerados no processo são tratados no eficiente sistema de lavagem com bomba dosadora para adição de químicos que garantem o atendimento das normas ambientais para emissão de gases. O tratamento ainda conta com rack de carvão ativado mineral para filtragem dos gases e retirada do odor característico do processo de decomposição”, destacou.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória