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A chegada da Quaresma e da Semana Santa, que antecede a Páscoa, tem aquecido o mercado de pescados capixabas com o aumento do consumo de peixes. O presidente da Colônia de Pescadores de Vitória, Álvaro Martinho, estima que a movimentação é positiva e a procura aumentou as vendas em até 50% nas últimas semanas. A expectativa dos comerciantes é que as vendas sejam potencializadas nesta quinta-feira (06), véspera de feriado.
Álvaro destaca que há cerca de 1.350 a 1.400 pescadores filiados à colônia de Vitória e que trazem por dia 500 quilos de camarão e 200 quilos de pescadinha para o pier da Enseada do Suá, em Vitória.
“São 100 barcos pescando aqui diariamente nessa época da Semana Santa, mas o normal é ficar entre 30 a 40 embarcações. A quantidade aumenta porque os pescadores aproveitam a alta demanda da população para ganhar mais dinheiro. Por isso, estamos vendo uma fartura considerável de peixes chegando”, disse.
Segundo ele, o camarão é o carro-chefe e o quilo chega a ser vendido por R$ 25,00. Além disso, os peixes badejo, cação, cioba e peroá, sendo este último o mais em conta, são os mais procurados nesse período.
De acordo com o comerciante Vinicius Lorenzoni, os produtos mais procurados são os ingredientes da torta capixaba, sendo eles: sururu, camarão, siri desfiado e bacalhau. “Também tem pessoas que acrescentam caranguejo desfiado e peixes em geral por conta do aumento do consumo devido a quaresma”, disse.
Com tanta procura por peixe, Lorenzoni destaca que alguns fatores devem ser observados na hora da compra dos pescados.
“São fatores bem fáceis que o consumidor pode identificar. Primeiro o olho cristalino por ser mais fácil de ser visualizado, depois vem a guelra vermelhinha e a escama mais dura. Vale lembrar que o peixe deve ter o brilho natural e não pode estar fosco e opaco, claro que alguns peixes podem variar por causa de alguns fatores”, explicou.
Segundo ele, as vendas no seu estabelecimento aumentaram cerca de 30% nessas últimas semanas, principalmente, dos produtos que compõem a torta capixaba. Os pescados ganham destaque entre os capixabas que procuram uma substituição a carne vermelha.
Há 20 anos no mercado, Vinícius destaca que esse período é decisivo para os pescadores porque é uma época em que o mercado está mais em alta. Com a demanda, é necessário até a contratação de funcionários extras.
A Secretaria de Agricultura e Pesca do Espírito Santo (Seag) estima que são mais de 14 mil pescadores cadastrados no Espírito Santo, sendo que o pescado capixaba é o mais importado pelos Estados Unidos e por países da Europa. A atividade movimenta R$ 1 bilhão por ano no estado desde a captura até o consumidor final.
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