Abr 2023
7
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Safra de 2024 está comprometida

A colheita deste ano não chegou a ser afetada, mas a safra de 2024 está comprometida. Se não fosse a broca da haste, o produtor acredita que a safra renderia 5 mil sacas de café, mas com o atual cenário a estimativa fica em 1.300 sacas, diminuindo muito a produtividade.

“A produtividade diminui e os custos continuam altos, pois temos que gastar do mesmo jeito com insumos agrícolas. A sensação que fica é de desânimo porque não temos projeção de uma colheita satisfatória, além de faltar esperança porque não têm poucas pessoas querendo nos ajudar”, disse Cruz.

Segundo ele, a broca da haste também já apareceu nos 13 mil pés de café plantados em janeiro de 2022. A primeira colheita, que será feita em 2024, renderia 500 a 600 sacas de cafés maduros, mas a broca da haste está reduzindo as expectativas.

A broca é um besouro marrom bem pequeno, até difícil de ser ver, mas que entra no galho do café para colocar os ovos, afetando diretamente a produção. As plantas atacadas não recebem os nutrientes necessários para se desenvolver adequadamente.

O produtor Rômolo Demuner também detectou o problema em sua lavoura de café conilon em Santa Teresa. Segundo ele, alguns clones são mais suscetíveis do que outros e os primeiros sintomas de broca da haste começaram a surgir no ano passado. Ele acredita que as perdas de produtividade devem ocorrer na safra do ano que vem.

“Eu também atendo produtores da região e tenho visto que muitos também estão enfrentando este problema grave. Infelizmente ainda não existe um produto ou uma solução para resolver esta situação”, ressaltou.

Para minimizar a situação na próxima safra, os técnicos do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) orientam os agricultores a retirada dos galhos atacados pelo besouro para evitar que a praga se espalhe ainda mais pelo cafezal.

Especialistas afirmam que incidência começa nos primeiros meses do ano

Durante o programa Agro Business, o engenheiro agrônomo Felipe Ruela Borges explicou que a praga ataca várias culturas, dentre elas, o cacau, o eucalipto e o café. No entanto, ainda não existe um produto específico para o combate.

“O produtor costuma confundir com a broca-do-café por elas serem semelhantes, mas é importante frisar que elas são diferentes. Ainda temos poucos estudos sobre elas e pouco trabalho para levar mais informações para o produtor”, explicou.

Segundo ele, a incidência da broca da haste começa nos meses de fevereiro e março no campo, bem próxima à colheita, e a partir de abril e maio a tendência é de aumentar mais.

O pesquisador do Incaper, Paulo Sérgio Volpi, destaca que existem formas de melhorar a nutrição das plantas por meio do manejo correto da cultura.

“Além do controle, tem clones que são mais suscetíveis. Recomendamos que sejam usados clones que não tenham problemas, mas quando é detectado podemos fazer o controle natural com auxílio de uma tesoura para a retirada das ramas atacadas. Assim, reduz o índice de infestação. Também é possível dar preferência para colocar fogo nos ramos retirados porque assim elimina todas as larvas fêmeas adultas aptas a proliferação”.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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