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O mercado de trabalho do agronegócio atingiu a maior taxa de formalidade desde o início da série histórica em 2016. Nos últimos três anos, o agro no Brasil gerou 359,6 mil empregos formais, de acordo com estudo do FGVAgro divulgado nesta semana. O resultado foi positivo apesar dos efeitos da pandemia da Covid-19, a quebra de safra e a guerra entre Rússia e Ucrânia nas economias mundiais e nacional. O setor registrou uma forte substituição de trabalhadores informais por profissionais formalizados. Assim, enquanto foram gerados 359,62 mil postos de trabalho formais, foram 15,47 mil vagas informais.
Nesse período, o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), acumulou alta de 29,2%. O desempenho da produção gerou reflexos expressivos no mercado de trabalho.
No Brasil, em 2019, o setor agro concentrava 13,62 milhões de pessoas ocupadas. Três anos depois alcançou 13,96 milhões de postos de trabalho, ou seja, foram criadas 344,15 mil novas ocupações, uma expansão de 2,5% – superando o nível de antes da pandemia de Covid-19.
Felippe Serigati, coordenador do estudo e pesquisador do FGVAgro, ressalta que a forte e estrutural expansão e desenvolvimento do universo agro brasileiro tem claros reflexos sobre o mercado de trabalho do setor.
“Um dos aspectos é justamente a intensa incorporação de profissionais formais, com maior qualificação e que acessam remunerações mais elevadas”, disse.
Os dados são do estudo do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGVAgro) com base nos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC).
O aumento de 2,5% da população ocupada no universo agro entre 2019 e 2022, decorreu do crescimento dos ocupados nos dois principais segmentos do setor: 2,8% na Agropecuária e 2,1% na Agroindústria.
Dentro da agropecuária, o resultado foi puxado pelo crescimento da agricultura (5,7%). Em contrapartida, a pecuária perdeu 72,72 mil vagas (-2,4%), que pode estar relacionada à maior implementação de tecnologias poupadoras de mão-de-obra.
Outro fato relevante é que a taxa de formalidade da agricultura foi a maior registrada de toda a série histórica, que teve início em 2016, com 23,5%.
O estudo aponta que a maioria dos produtores rurais são classificados como informais, pois são categorizados como conta própria sem CNPJ, o que pode superestimar a informalidade do setor.
Nos últimos três anos, na pecuária (2,4%) houve contração dos postos de trabalho, porém, por conta, exclusivamente, da forte redução dos informais (-3,9%). Entre os formais, assim como na agricultura, também ocorreu expansão (3,2%).
Na agroindústria, foram gerados, entre 2019 e 2022, 109,94 mil postos de trabalho, passando de 5,17 milhões para 5,28 milhões de vagas (alta de 2,1%).
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