Colheita de café conilon no ES está prevista para maio por causa de efeitos climáticos
As exportações brasileiras de café continuam em queda. Em março, o volume enviado ao exterior somou 3,088 milhões de sacas de 60 kg, volume que apresentou um recuo de 19% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita também recuou 26,4% na mesma comparação, com o valor saindo de US$ 909,2 milhões para os atuais US$ 669,5 milhões. Os dados foram divulgados pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
De janeiro ao fim de março de 2023, o Brasil embarcou 8,358 milhões de sacas, volume 22,8% inferior aos 10,824 milhões de sacas registrados no primeiro trimestre do ano passado. A atual receita cambial é de US$ 1,796 bilhão, o que representa baixa de 27,5% frente aos US$ 2,478 bilhões nos três primeiros meses de 2022.
Não obstante a esse declínio, o diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, observa como positivo o crescimento visto em relação aos desempenhos apurados nos dois primeiros meses deste ano.
“O volume embarcado em março representa aumentos de 9% sobre janeiro e de 27% sobre fevereiro”, aponta.
No primeiro trimestre de 2023, os Estados Unidos seguem como principal comprador dos cafés do Brasil, adquirindo 1,553 milhão de sacas, apresentando uma queda de 26,6% no volume registrado no mesmo período de 2022. Ao todo, foram 18,6% dos embarques totais brasileiros.
A Alemanha ocupou o segundo lugar no ranking, com representatividade de 13,1% e importação de 1,099 milhão de sacas. Na sequência, vêm Itália, com a compra de 644.001 sacas; Japão, com 471.307 sacas; e Bélgica, com a aquisição de 449.319 sacas.
A China também apresentou um desempenho positivo a respeito das remessas dos cafés brasileiros. No primeiro trimestre, houve registro de crescimento de 108,7% e mais de 185.308 sacas, um volume que representa 2,2% da exportação total e faz com que o país salte para o 14° lugar no ranking dos principais destinos.
O diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, destaca que esse movimento reflete uma maior aceitação do produto na China, com consumidores jovens, dispostos a experimentar a bebida.
“O mercado chinês vem crescendo ao longo dos anos e o Brasil vem ocupando espaços. Temos realizado diversas ações de promoção dos nossos cafés em parceria com redes de cafeterias e agentes locais, o que contribui para esse avanço que observamos no mercado sino”, ressaltou.
O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, também contextualiza o cenário com o atual momento do governo brasileiro na tentativa de aumentar a relação comercial entre os dois países.
“O café tem uma ótima oportunidade de incrementar muito mais este crescimento, com qualidade, sustentabilidade e competitividade, tendo em vista o potencial cada vez maior do mercado sino e a tendência de mudanças de hábitos de consumo, principalmente por parte dos milhões de jovens chineses”, finaliza.
Em relação aos tipos de cafés, o arábica foi o mais exportado entre janeiro e março deste ano, com o despacho de 7,167 milhões de sacas ao exterior, o que corresponde a 85,8% do total.
O segmento do solúvel teve 910.547 sacas embarcadas, com representatividade de 10,9%, seguido pela variedade canéfora (robusta + conilon), com 270.486 sacas (3,2%) e pelo produto torrado e torrado e moído, com 10.141 sacas (0,1%).
Os cafés que possuem qualidade superior ou certificados de práticas sustentáveis responderam por 19,9% das exportações totais brasileiras do produto no primeiro trimestre de 2023, com o envio de 1,665 milhão de sacas ao exterior. Esse volume representa alta de 3,3% na comparação com o mesmo período do ano antecedente.
O preço médio desse produto foi de US$ 248,70 por saca, proporcionando uma receita de US$ 414 milhões nos três meses, o que corresponde a 23% do obtido com os embarques totais. No comparativo anual, o valor é 16,8% menor do que o aferido no primeiro trimestre de 2022.
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