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Um dos maiores produtores de pitaya do Espírito Santo, Moacir Dias Ferreira, desenvolveu uma técnica que é capaz de reduzir o uso de água em até 50% e ainda aumentar a produtividade na plantação de pitaya em Cariacica. Durante o programa Agro Business, o produtor destacou que a mistura de esterco da palha de coco no cultivo da fruta tem trazido resultados positivos que unem sustentabilidade e benefícios para a plantação.
Moacir é um dos maiores produtores de pitaya no Espírito Santo e produz a fruta há cinco anos. No entanto, logo percebeu que precisava fazer algo para economizar água e assim surgiu a ideia que une sustentabilidade e benefícios para a plantação.
“Quando eu comecei a plantar a pitaya, eu observei que a terra ficava muito seca. Assim, eu vi a necessidade de fazer uma cobertura nas raízes para evitar o gasto com água. Pesquisei sobre o coco e passei a recolher o que era jogado fora nas praias”, destacou o produtor Moacir Dias Ferreira.
Desde então, o produtor enfrentou alguns desafios ao usar uma máquina para triturar as cascas de coco, mas obteve ajuda de técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
A matéria-prima é oriunda da Grande Vitória e chega a seis mil cocos por mês. Na propriedade ele tem montantes da fruta em diferentes estágios de decomposição: coco verde recém-chegado; com duas semanas; dois meses; e com 90 dias já pronto para o adubo. Após ser triturado na máquina, o coco que iria para o lixo ganha outras finalidades. Ao sair da máquina, o adubo já está pronto.
O adubo quando colocado em volta da planta, ajuda a evitar que ervas daninhas apareçam e atrapalhem a chegada de nutrientes. Para o produtor que não tem a máquina e quer utilizar a técnica, ele sugere uma alternativa. “Não tem problema se não tiver a máquina de triturar porque entre 60 a 90 dias o coco dissolve e vira o pó. Esse é o verdadeiro adubo que toda agricultura precisa”, disse.
O coordenador estadual de Fruticultura da Secretaria de Agricultura do Espírito Santo, Ederaldo Panceri Flegler, orienta sobre os cuidados ao utilizar o coco como adubo e quais são as culturas indicadas.
“Se o material estiver decomposto pode servir como fonte de nutrientes. Agora, quando o coco está verde e não está decomposto, não deve ser aproximado da planta porque pode reduzir a fertilidade do solo”, disse.
Segundo o coordenador, o uso do adubo feito com as cascas de coco está liberado para todas as culturas agrícolas. “Todas podem utilizar como fonte de nutriente e também é possível fazer a compostagem desde a horticultura até à cafeicultura, a questão é o volume utilizado como matéria orgânica”.
O cultivo da pitaya é baseado na agricultura familiar e a fruta chegou ao Brasil na década 90 em São Paulo e, posteriormente, irradiou para os estados do Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina e Espírito Santo.
“No estado, há 20 anos ouvimos falar em pitaya. Em 2021, eram 27 hectares, mas em um ano o número de hectares aumentou em 48%, chegando a 40 hectares e mais de 100 produtores rurais trabalhando no cultivo da fruta”, disse Ederaldo Panceri.
Apesar das frutas serem bem aceitas no mercado capixaba, o cultivo tem um longo caminho para conquistar no Espírito Santo.
“A nossa produtividade média está em torno de sete toneladas por hectare, podendo chegar a 35 toneladas por hectare a partir da seleção de plantas mais adaptadas e na melhoria dos tratos culturais. Ainda tem um longo caminho para trilhar e termos produtividade no cultivo da pitaya”, concluiu.
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