Produtores capixabas investem em técnica que aumenta em até três vezes o plantio de banana
O Laticínios Tatá, localizado no município de Guarapari, tem planos de dobrar a produção para atender a outros estados do Sudeste, como Rio de Janeiro e Minas Gerais. Até o momento, a indústria, que está em atividade há 30 anos e emprega 70 colaboradores, comercializa os produtos em municípios do Espírito Santo. A ida para outros estados depende de licenças necessárias que permitam a venda para fora do estado capixaba. Para expandir, os proprietários já estão se preparando e tem capacidade para dobrar a produção sem necessidade de equipamentos adicionais. Agora, estão aguardando o “sinal verde” para expandir para novos mercados.
A empresa fabrica queijo, requeijão, manteiga e doce de leite, mas o foco está na produção de iogurte e bebidas lácteas. Atualmente, a indústria processa 300 mil litros de leite por mês e fabrica cerca de 180 toneladas de iogurte, sendo a comercialização focada no mercado capixaba.
Após expandir a capacidade produtiva, a intenção é ultrapassar a produção de 360 toneladas mensais de iogurte.
Segundo Matheus Wernersbach Simon, representante da empresa, eles estão preparados para vender para outros estados assim que obtiveram a licença necessária.
“Uma das estratégias para 2023 é aguardar a licença, que tem tempo que estamos em busca, mas devido a burocracia ainda não chegou para nós. Acreditamos que neste ano estaremos liberados para vender”, destacou Simon.
O primeiro foco de expansão será a região Norte do Rio de Janeiro, incluindo Campos e outras cidades até chegar em Belo Horizonte, Minas Gerais.
“A expectativa é de que a expansão para outros estados traga novas oportunidades e crescimento para a indústria e para o setor agropecuário capixaba como um todo. Assim, estamos em busca de mais visibilidade para a região, tornar a empresa mais competitiva no mercado, bem como produzir mais com menos custo”, explicou.
A matéria-prima utilizada pela indústria vem de uma fazenda própria e de cerca de 80 produtores de várias partes do Espírito Santo. A empresa é um exemplo do crescimento do agronegócio, que tem impulsionado a economia do estado. Segundo o governo, o setor absorve cerca de 33% da população economicamente ativa do estado.
O agronegócio tem gerado cada vez mais postos de trabalho. O número de trabalhadores em atividades do agro fechou o ano passado com 18,97 milhões de pessoas, sendo o melhor resultado desde 2015.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o agronegócio gerou mais de 548 mil empregos com carteira assinada e 312 mil sem carteira no estado capixaba, crescendo 8,3% e 9,9%, respectivamente.
No Espírito Santo, o agronegócio é responsável por 30% do PIB estadual e é a atividade econômica mais importante em 80% dos municípios capixabas. O secretário de Agricultura Enio Bergoli explica como funciona a cadeia produtiva do setor.
“Para produzir nós precisamos da indústria de máquinas, equipamentos, insumos, fertilizantes e de pesquisa. Depois nós temos a produção nas propriedades rurais, que é o segundo elo base da cadeia produtival. Boa parte dos nossos produtos são processados, portanto, nós temos as agroindústrias, que processam as matérias-primas da agricultura. Por fim, nós temos a distribuição e logística, que é toda a movimentação até chegar na mesa dos consumidores”, destacou Bergoli ao Agro Business.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória