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O Governo do Espírito Santo anunciou que a partir desta segunda-feira (15), o novo Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba (Pedeag 2023/2032) começará a ser elaborado, com a previsão de ser finalizado em até 20 semanas, o equivalente a cinco meses. O secretário de Agricultura Enio Bergoli adiantou que a quarta edição do plano vai focar nas culturas que apresentaram queda no Espírito Santo, como a redução de área de plantio do mamão e do cacau, bem como a produção leiteira capixaba, que vem decrescendo nos últimos anos. O documento será construído com foco na sustentabilidade e, em paralelo, outros programas voltados ao estímulo à pecuária e à cafeicultura serão lançados.
O planejamento também envolve a iniciativa privada como o Fórum de Entidades e Federações (FEF), o Espírito Santo em Ação e a Futura Inteligência. O primeiro Pedeag foi elaborado em 2003, a partir de uma iniciativa pioneira na história recente da agricultura capixaba.
Em 2008, a Secretaria de Agricultura do Espírito Santo (Seag) elaborou o novo planejamento mantendo as linhas e diretrizes da primeira versão, mas aprofundando a visão estratégica por culturas e regiões do Estado.
Já a terceira versão reuniu os avanços obtidos nos últimos anos, alinhados com a análise de temas transversais, tais como capital humano, sustentabilidade, tecnologia e capacidade de inovação, organização da produção, logística e comercialização, entre outras.
Em 20 anos, o PIB da agropecuária cresceu 90% no Espírito Santo e cerca de 50% no Brasil – muito se deve ao planejamento iniciado em 2003.
“Existe um conceito de inovabilidade (inovação e sustentabilidade), um grau acima do ESG, vai ser o tema transversal para toda a cadeia produtiva do agronegócio. Desde 2003, o estado teve retração em todas as culturas, exceto a banana que quase triplicou. No mamão e no cacau, nós tivemos uma redução brusca na área de produção. Enquanto isso, a pimenta ocupou um grande espaço”, explicou o secretário de Agricultura, Enio Bergoli.
Segundo o secretário, o estado produz 400 mil litros diários a menos do que em 2003. Atualmente, o Espírito Santo produz cerca de 1 milhão de litros de leite por dia, o que representa cerca de R$ 727 milhões anuais de faturamento, a partir de cerca de dez mil produtores de leite.
Para potencializar o setor, o governo do estado, com todos os parceiros que atuam na cadeia produtiva do leite, vai lançar em breve um programa para a recuperação dessa atividade, que é a segunda mais presente nas propriedades rurais capixabas, logo após o café.
“Há uma grande capacidade ociosa na indústria láctea capixaba. Por isso, as cadeias produtivas decadentes serão visadas pelo Pedeag. Vamos levar em conta novos contextos de ESG e as mudanças de padrão de consumo ligadas a qualidade dos produtos”, disse.
Também está em desenvolvimento um programa de desenvolvimento da cafeicultura para promover a cadeia produtiva do café no estado, principal atividade agrícola do estado.
Durante o anúncio da elaboração do plano estratégico, o economista da Futura Inteligência, Orlando Caliman, que também é coordenador estratégico do plano, destacou que o objetivo é garantir uma agricultura competitiva, mais complexa, diversificada e sustentável.
“O plano envolve o fortalecimento e consolidação das excelências existentes, a recuperação das áreas degradadas, a proteção de mananciais hídricos e melhor qualidade de vida no campo. Também vamos inserir as pequenas produções em novos mercados, investir no crescimento mais equilibrado espacialmente e na agregação de valor aos produtos capixabas”, destacou Caliman.
O governador em exercício e secretário de Estado de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço, destacou que o PIB do agronegócio capixaba cresceu quase o dobro da média nacional nos últimos 20 anos.
“O Espírito Santo tem mais de 130 mil propriedades rurais, sendo a maior parte formada de pequenas propriedades rurais, mas que são grandes produtores que agregam inovação, tecnologia, sustentabilidade e qualidade”, pontuou Ferraço.
“Nós precisamos organizar o futuro que queremos, por isso temos que planejar. Isso é fundamental para a agricultura capixaba pela sua importância econômica e, sobretudo, pelo que o setor representa em questão de estabilidade social. Queremos trazer para este debate toda a sociedade: as entidades, cooperativas, federações para que juntos possamos planejar o futuro da agricultura capixaba”.
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