Até neste domingo (14) acontece mais uma edição da tradicional Feira Sabores da Terra, na Praça do Papa, em Vitória. Para potencializar a cultura, gastronomia, agroturismo e o artesanato capixaba, o evento reúne empreendedores do agronegócio capixaba e oportuniza a comercialização e manutenção dos seus negócios. O Espírito Santo, que está prestes a contar com um programa dedicado ao desenvolvimento da cafeicultura, não deixou a oportunidade passar para disponibilizar informações sobre os cafés especiais de origem capixaba, com o foco principal nas Indicações Geográficas (IG): Montanha, Caparaó e Conilon. No local, um estande disponibiliza degustação de cafés arábica e conilon cultivados nas três regiões.
O Espírito Santo ocupa uma posição de destaque na produção brasileira de café, sendo o segundo maior produtor e com expressiva produção de conilon e arábica. Além disso, acumula três indicações referentes ao café, sendo elas: Caparaó, Montanhas Capixabas e Café Conilon.
Os cafés que têm o selo ganham mais competitividade no mercado, inclusive, no internacional. Os benefícios são perceptíveis para quem consome e para quem vende por ser uma certificação de garantia de um produto de qualidade.
Representando o IG do café conilon na feira, a gerente de Exportação e Sustentabilidade da Cooabriel, Renata Vaz, explica que o selo do conilon se diferencia dos outros porque atende todo o estado, sendo a primeira do Brasil com este perfil. Quatro cooperativas capixabas representam a indicação geográfica: Cooabriel, Coopbac, Cafésul e Nater Coop.
“Durante a Feira Sabores da Terra, os visitantes se surpreenderam com o sabor e qualidade do produto. Além disso, a feira abre espaço para divulgação do trabalho realizado pelos produtores capixabas que seguem os princípios de sustentabilidade e rastreabilidade do café”, disse.
Já a área geográfica do Caparaó envolve dez municípios do Espírito Santo e seis de Minas Gerais. O café da região tem conquistado muito espaço nos últimos anos em concursos de qualidade, sustentabilidade e boas práticas agrícolas. E o café produzido nas montanhas abrange 16 municípios capixabas. Os grãos são produzidos em altitudes mais elevadas, apresentando notas mais exóticas se comparadas aos produzidos em menor altitude.
Michel Tesch, subsecretário de Agricultura do Espírito Santo, destacou que este evento atrai um grande público da Grande Vitória, o maior mercado consumidor do estado. Por isso, estar presente em um espaço dedicado aos cafés especiais é uma oportunidade única para estabelecer contatos comerciais entre produtores e consumidores.
“Nos últimos anos houve um crescimento muito expressivo do volume de pequenas torrefadoras de café no interior. Essa é uma forma de oportunizar que pequenos produtores que estejam vinculados às nossas indicações geográficas tenham contato direto com consumidores”, explicou.
Segundo ele, um dos diferenciais do Espírito Santo é ter uma produção considerável e de qualidade de cafés arábica e conilon, algo incomum em outras regiões do mundo. “O estado abrange áreas de alta produção de conilon e arábica em um mesmo espaço físico é único e valoriza a diversidade de experiências sensoriais, aromas e sabores presentes nos cafés produzidos”.
O Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura será lançado na próxima semana, estruturado nos eixos de governança, sustentabilidade, tecnologia, social e agregação de valor.
A intenção é inserir o Espírito Santo como uma das principais origens de cafés no mundo, sendo reconhecido como referência em produtividade e bem-estar das famílias produtoras. “Os cafés especiais são os grandes cartões de visitas do estado e a produção desses cafés diferenciados contribuem para elevar a credibilidade do Espírito Santo como uma origem mundial de cafés de alta qualidade e diversidade”, explicou.
Cada eixo contemplará uma série de projetos com o objetivo de atender às demandas do mercado mundial de cafés. Embora os cafés especiais representem uma parcela menor em termos de volume comercializado, Tesch garantiu que eles agregam maior valor e atraem consumidores com maior poder aquisitivo, proporcionando melhores retornos financeiros aos produtores.
“A base sólida do programa está voltada para a sustentabilidade, que abrange não apenas os aspectos ambientais, mas também sociais, jurídicos, governança e ética”, concluiu o subsecretário.
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