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Foram confirmados no Brasil os três primeiros casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) de subtipo H5N1 em aves silvestres das espécies Thalasseus acuflavidus, cujo nome popular é Trinta-réis-de-bando e Sula leucogaster (atobá-pardo). Um caso foi detectado no município de Marataízes, outro em Vitória e o terceiro caso em Cariacica, todos no Espírito Santo. O governo estadual, por meio da Secretaria de Agricultura, se pronunciou nessa terça-feira (16) e informou que o estado tem adotado medidas de biossegurança para evitar que a doença atinja a produção comercial capixaba. De acordo com o secretário Enio Bergoli, as equipes e as ações de fiscalizações do Instituto de Defesa Agropecuária foram reforçadas.
As distâncias destes municípios até Santa Maria de Jetibá, maior produtor de ovos do estado, são de 85 km (Vitória), 204 km (Marataízes) e 65 km (Cariacica). A zona de proteção equivale a um raio de 3 km a partir do foco e o raio da zona de vigilância é de 7 km a partir da zona de proteção, perfazendo um raio total de 10 km, que pode ser ampliado ou reduzido conforme estudo epidemiológico da região.
De acordo com dados da Associação dos Avicultores do Espírito Santo (Aves), em 2022 o Espírito Santo produziu 4,35 bilhões de ovos. Além disso, o município concentra a maior produção de ovos de galinha do país. A avicultura é um setor relevante para a economia agrícola capixaba, em períodos de alta produção chega a produzir 15 milhões de ovos por dia.
Uma das aves foi encontrada caída no chão de um parque municipal de Vitória. O local foi fechado e está com visitas suspensas a partir desta terça-feira (16). Uma equipe do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) realiza a análise e vistoria dos animais no local. A ave encontrada não faz parte da lista de animais silvestres da unidade de conservação, mas é migratória. Os demais pássaros serão observados ao longo dos dias.
De acordo com o secretário de Agricultura do Espírito Santo, Enio Bergoli, foram determinantes a recente detecção de casos de Influenza Aviária no estado e a prontidão do Brasil em enfrentar esse tipo de enfermidade.
“As medidas de biossegurança estabelecidas e o trabalho conjunto entre os setores público e privado foram fundamentais para evitar que o vírus se disseminasse para as aves comerciais, fundamentais para a economia agrícola capixaba. Com um sistema de fiscalização eficiente e laboratórios especializados, o estado conseguiu detectar os casos em aves silvestres”, explicou.
O secretário ressaltou que a detecção precoce foi possível devido à eficiência do sistema de vigilância do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), que intensificou suas ações para identificar sintomas nas aves.
Bergoli destacou a importância dos avicultores continuarem adotando medidas de biossegurança em suas granjas e ressaltou que não há risco de desabastecimento ou interdição do comércio para outros estados, já que a produção de ovos e aves do Espírito Santo é significativa e abastece diversos locais no país.
“Devido aos casos terem sido detectados em aves silvestres e não em granjas comerciais, não são esperadas sanções internacionais. Não há risco de desabastecimento e não há previsão de qualquer interdição de comércio para outros estados. A população pode ficar tranquila em relação ao consumo de ovos e aves produzidos no Espírito Santo, pois não há risco à saúde nesse sentido”, explicou.
Em relação à possibilidade de transmissão para humanos, o secretário tranquilizou a população, afirmando que a transmissão do vírus é rara e recomendou que as pessoas evitem o contato direto com aves suspeitas.
“Caso encontrem uma ave com sintomas, a orientação é não tocar no animal e entrar em contato imediatamente com os órgãos competentes para que os veterinários possam realizar os procedimentos técnicos necessários, como isolamento e exames para verificar a presença do vírus”, explicou.
Após a divulgação dos casos, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou um comunicado técnico com orientações aos produtores rurais depois que foram confirmados casos em aves silvestres. A orientação é manter as medidas de biosseguridade das granjas para evitar que a doença atinja a produção comercial.
O comunicado traz os detalhes e o histórico sobre esses casos e reforça a necessidade de manutenção de medidas de biosseguridade das granjas. O documento também esclarece que não há registro em granjas comerciais e/ou aves domésticas e que, desde julho de 2022, o Ministério da Agricultura analisou mais de 45 mil amostras no país.
“O Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura e Pecuária notificou à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) imediatamente após a comprovação do caso de infecção pelo vírus da Influenza Aviária. A notificação em aves silvestres não afeta a condição do Brasil como país livre de IAAP e não deve ocasionar a suspensão das exportações de produtos avícolas brasileiros”, explicou a nota técnica do CNA.
De acordo com a confederação, é preciso que as granjas sigam as seguintes ações de controle da doença:
-Não deixe que pessoas estranhas entrem na unidade produtora;
-Lave e desinfete veículos e equipamentos antes de entrar na propriedade;
-Aplique práticas de higiene;
-Evite contato com outras espécies de aves;
-Blinde o ciclo da água.
-Atenção aos sinais, como a presença de doenças nervosas e respiratórias ou casos de morte repentina de grande quantidade de aves em curto período de tempo.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória