Laticínios capixaba investe em expansão e diversifica linha de produtos
Com 27 projetos na carteira, o Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura do Espírito Santo foi lançado nesta segunda-feira (22) com metas ambiciosas. O programa tem como base o conceito de sustentabilidade e busca aumentar a produtividade, promover a adequação ambiental e expandir os cafés de qualidade. Até 2030, o programa pretende atingir uma média de 60 sacas por hectare no conilon, superando as 41,7 sacas por hectare de 2022. No caso do arábica, a meta é alcançar 35 sacas por hectare, em comparação com as atuais 21,4 sacas por hectare. Em relação aos cafés superiores, o objetivo é produzir, até 2030, 4 milhões de sacas de café, sendo 2,5 milhões de sacas de arábica e 1,5 milhão de sacas de conilon.
O programa é estruturado nos eixos de governança, sustentabilidade, tecnologia, social e agregação de valor, com o objetivo de inserir o Espírito Santo como uma das principais origens de cafés no mundo, sendo reconhecido como referência em produtividade e bem-estar das famílias produtoras.
Ele foi construído com todos os elos da cadeia produtiva do café e será implementado por diversas instituições.
O secretário de Agricultura do Espírito Santo, Enio Bergoli, explica que algumas ações já estão em curso, como envolver os profissionais de assistência técnica do estado em uma imersão de três dias para discutir a cafeicultura, bem como orientações sobre nutrição e manejo do café.
Em junho, a intenção é colocar o programa em prática e envolver técnicos das prefeituras, cooperativas e instituições ligadas ao agro para que as informações cheguem de forma organizada aos cafeicultores.
“O governo do estado não pretende que o programa seja apenas uma meta, mas sim uma mudança de orientação e governança das ações desenvolvidas pelos órgãos públicos responsáveis pela cafeicultura. O objetivo é alinhar as ações do governo com a agenda contemporânea do mundo, levando em consideração as demandas e requisitos do mercado internacional”, explicou Bergoli.
“A cafeicultura do Espírito Santo possui um alcance global, com seus cafés sendo exportados para mais de 100 países, o que reforça a importância de estar atualizado e em sintonia com as tendências do mercado”, concluiu.
Também faz parte do plano expandir de 200 para 15 mil propriedades com currículo de sustentabilidade no cultivo de café arábica, e de 100 para 20 mil propriedades no cultivo de café conilon, somando 35 mil propriedades cafeeiras. Segundo o subsecretário de Agricultura, Michel Tesch, essas metas refletem a importância que o café possui para o Espírito Santo e que a produtividade, qualidade e sustentabilidade são pilares fundamentais do programa.
Luiz Carlos Bastianello, presidente da Cooabriel, a maior cooperativa de café conilon do Brasil, apoia o projeto e destaca sua importância para a cafeicultura no Espírito Santo. Ele enfatiza que o estado, que já é reconhecido pela sua produção de café, se tornará ainda mais proeminente por meio desse projeto.
“É um projeto vital para a cafeicultura do Espírito Santo. Temos uma equipe de peso com competência suficiente para colocar esse projeto em prática e trazer grandes oportunidades e grandes resultados para o Espírito Santo e para os cafeicultores. É uma grande oportunidade para colocar em prática as boas práticas da cafeicultura”, explicou.
Na próxima semana também está no radar a presença de uma comitiva com representantes de entidades de renome internacional no setor dos Estados Unidos e da Europa para conhecerem as três Indicações Geográficas (IG): Montanha, Caparaó e Conilon. Dentre elas, a Associação da Indústria do Café dos Estados Unidos, a Organização Internacional do Café (OIC) e a Lavazza.
O consumidor de café está cada vez mais exigente buscando entender as práticas agrícolas adotadas, as histórias por trás da xícara de café e, principalmente, por sustentabilidade.
Desta forma, está em andamento um projeto, articulado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), com a contribuição do Incaper na parte metodológica, para avaliar as emissões e o sequestro de carbono em propriedades produtoras de café conilon.
Michel Tesch aponta que a descarbonização se tornou uma agenda prioritária em várias frentes. Nas próximas semanas, o trabalho de campo será iniciado, seguindo o exemplo já realizado no cultivo de café arábica em Minas Gerais.
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