Maio 2023
26
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Prejuízos e queda de produtividade na região

A produtora rural Ana Paula Martin Machado, da Fazenda “Lagoa Seca”, compartilhou os desafios enfrentados no ano passado devido às chuvas intensas, que resultaram em prejuízos significativos.

“No ano passado, tivemos uma seca drástica, seguida de chuvas intensas no início de novembro. Aqui na fazenda, choveu aproximadamente mais de 1.200 milímetros ao longo de novembro e dezembro”, explicou.

Essas condições climáticas extremas tiveram um impacto negativo considerável na fazenda, resultando em prejuízos financeiros significativos em que cerca de 60% da produção de pimenta-rosa foi perdida, totalizando um prejuízo de aproximadamente R$ 1 milhão.

Diante dessa situação desafiadora, Ana Paula e sua equipe estão empenhados em buscar soluções para recuperar os prejuízos. “Estamos realizando um novo plantio com novas técnicas para aumentar a produção. Apesar de levar cerca de dois anos para que a pimenta-rosa atinja uma produção satisfatória, já é possível colher uma parte significativa após apenas um ano, e estamos aplicando técnicas de manejo e poda para impulsionar o crescimento das plantas”, destacou.

Além do impacto financeiro, a fazenda também sofreu uma perda expressiva de pés de pimenta-rosa devido à área alagada próxima à lagoa. Aproximadamente mil pés foram perdidos devido ao alagamento de uma área que estava seca há anos.

A especiaria está em processo de reconhecimento da Identidade Geográfica (IG) no Espírito Santo, processo que é acompanhado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A finalização para a conquista da IG é aguardada desde meados do ano passado, quando foi realizado o I Festival Brasileiro de Pimenta-Rosa.

“No mês que vem também teremos o segundo festival com comida típica e produtos da aroeira. Além de informações e palestras para os nossos mais de 90 associados”, explicou Reginaldo Castro, diretor-presidente da Associação Nativa do Espírito Santo.

A cidade de São Mateus conta com a presença da Cooperativa dos Produtores Agropecuários da Bacia do Cricaré (Coopbac), que atua na produção e exportação de pimenta e destina 70% da sua venda ao exterior para os árabes.

Tiago Bissoli, gerente agrícola da Coopbac, estima que as chuvas intensas do último ano tiveram efeitos negativos na produção.

“A particularidade dessa especiaria é que, embora necessite de água, requer um nível mais baixo. A chuva, que ocorreu em curto período de tempo, resultou em problemas significativos na produção. As áreas alagadas ocasionaram a perda de plantas, e o terreno encharcado reduziu a produtividade das especiarias”, explicou Bissoli.

Estimativas preliminares indicam que a safra deste ano poderá sofrer uma redução de até 50% da produtividade esperada. No ano passado, a média de produção de pimenta-rosa seca foi de 12 quilos de frutos por planta. Contudo, devido às perdas nas áreas alagadas, espera-se que esse número diminua para cerca de 6 quilos.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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