Hortas urbanas são alternativas de renda para agricultores da Grande Vitória
Depois de atingir picos históricos na alta dos preços de fertilizantes desde 2008, o setor tem visto a redução de até 70% no valor do insumo, equalizando a demanda para 2023 com perspectivas de superar o recorde de produção de 46,4 milhões de toneladas, registrado em 2021. O ano passado ficou marcado por volatilidades no setor em decorrência da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, o que encareceu o preço dos fertilizantes e, consequentemente, o custo de produção do alimento, tornando a comida mais cara. No Espírito Santo, os empresários do agronegócio e os produtores rurais têm sentido a diferença nos preços.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, salientou recentemente que o preço já baixou entre 60% a 70% neste ano. “O que significa que a dona de casa vai poder encontrar o alimento mais barato na gôndola do supermercado”, explicou o ministro.
Após verem de perto os produtos ficarem 150% mais caros, os empresários do agronegócio e produtores rurais do Espírito Santo começaram a ver a redução nos preços dos insumos agrícolas.
A queda nos preços também apresentou menor desempenho no volume de vendas. Segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anba), a compra de fertilizantes em 2022 registrou queda de 10,4% em relação a 2021. No total, foram 41,07 milhões de toneladas compradas no ano passado.
O produtor de banana, Fabrício Barreto, do município de Linhares, conta que já sentiu no bolso a queda do preço dos insumos, herbicidas e fertilizantes neste ano.
“Desde 2020, quando começou a pandemia, o agronegócio não parou a produção em nenhum momento. Conseguimos cumprir a missão de levar comida para as famílias brasileiras. Na sequência, começamos a ter problemas com a falta de suprimentos, como por exemplo caixas de papelão em que o volume de entrega com o fornecedor foi reduzido, já no caso dos fertilizantes era difícil de encontrar e os custos aumentaram muito”, explicou.
Em 2022, segundo o agricultor, alguns itens dobraram de preço, trazendo um grande prejuízo para os produtores rurais e para o consumidor final também.
“Nós tivemos um faturamento alto, mas não ganhamos dinheiro porque os insumos estavam caros e sendo comprados em valores acima de 150% comparando com 2021. O cloreto, por exemplo, saiu da média de R$ 2.400 a tonelada para R$ 6.200 a tonelada”, disse.
Fábio Albane, coordenador de vendas da Pianna Rural, empresa de insumos e máquinas agrícolas de Linhares, ressalta que a produção de alimentos deve ser beneficiada com a redução no valor do insumo.
“O aumento no preço do dólar influenciou no preço dos fertilizantes, que são importados. A ureia, por exemplo, vem diretamente da Rússia. Como o dólar aumentou, o produto acabou subindo também”, afirmou Albane.
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