Maio 2023
31
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Sustentabilidade das lavouras do ES ganha destaque

Entre os participantes está Bill Murray, presidente da Associação da Indústria do Café dos Estados Unidos; Vanúsia Nogueira, presidente da Organização Internacional do Café (OIC); Hannelore Beerlandt, conselheira sobre café da Comissão Europeia DG INTPA F3; Joseph Degreenia, da USDA. Além de Márcio Cândido Ferreira, presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, e o CEO Marcos Mattos; e Emília Balsemão Pires, do Balcoffee Trading.

A comitiva chegou em um momento oportuno para a cafeicultura brasileira, visto que o Parlamento Europeu adotou medidas mais rígidas para a importação de produtos agrícolas vinculados à destruição florestal. Foram proibidas a importação de café, carne bovina, soja, óleo de palma, cacau, borracha, madeira, entre outros.

Este é um motivo a mais para mostrar as belezas e práticas sustentáveis adotadas por indústrias e cafeicultores capixabas. No último dia 22 de maio, o ES ganhou um atrativo a mais, que tem chamado a atenção e despertado o interesse dos diversos segmentos da cadeia produtiva mundial do café.

Com 27 projetos na carteira, o governo estadual lançou um programa de desenvolvimento sustentável da cafeicultura que tem como base o conceito da sustentabilidade e busca aumentar a produtividade do café conilon em 44% e a do arábica em 64% até 2030.

O Espírito Santo é o 2º maior produtor brasileiro de café, com expressiva produção de arábica e conilon. É responsável por mais de 30% da produção brasileira. Atualmente, existem 402 mil hectares em produção, sendo a atividade responsável por 37% do Produto Interno Bruto (PIB) Agrícola capixaba.

Uma das propriedades visitadas nessa terça-feira (30) foi a Fazenda Camocim, em Pedra Azul. Por lá, são produzidos cafés orgânicos e biodinâmicos, cultivados sem o uso de agrotóxicos. A fazenda também é conhecida por produzir o Café Jacu, mundialmente conhecido por ser feito pelos grãos selecionados pelo pássaro jacu.

“Isso é o que o mundo quer. As exigências em relação à sustentabilidade estão se tornando cada vez mais marcantes e definidas internacionalmente. A comitiva contou com a presença de representantes da União Europeia, incluindo membros da comissão, que demonstraram interesse nas boas práticas agrícolas adotadas no Espírito Santo”, explicou Bergoli.

“Essas pessoas vão verbalizar para o mundo os nossos avanços, mostrando que estamos em um estágio avançado de sustentabilidade nos processos de produção, especialmente na cafeicultura”.

Além disso, Bergoli destacou a crescente demanda dos consumidores, principalmente após a pandemia, por produtos que vão além de suas necessidades básicas. “Os consumidores não querem apenas saciar a fome ou sede, eles querem saber a origem dos produtos, a rastreabilidade e a sustentabilidade nos processos de produção”, declarou o secretário.

"Temos normas rígidas em relação aos processos de produção", diz Enio

No que diz respeito à imagem distorcida do Brasil no exterior, Bergoli reconheceu que há problemas pontuais, mas afirmou que o Brasil e o Espírito Santo estão à frente de outras regiões cafeicultoras do mundo em termos de sustentabilidade nos aspectos de ESG.

“Temos normas rígidas em relação ao desmatamento e processos de produção que protegem cada vez mais os recursos naturais. Eles me perguntaram o motivo do Brasil ter uma imagem distorcida lá fora. É política, infelizmente. Obviamente, temos problemas, mas que são pontuais dentro do conjunto”.

O grupo também esteve na Cooperativa Agrária de Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel) – maior cooperativa de café conilon do país. O presidente da cooperativa, Luiz Carlos Bastianello, ressalta que a chegada desses representantes internacionais é uma grande oportunidade de reformular a imagem do Brasil no exterior.

“A visita desta comitiva foi uma grande oportunidade de mostrar a realidade que nós vivemos, no cultivo do café.  A imagem que foi construída acerca da produção brasileira, especialmente no exterior, seja na União Europeia ou nos Estados Unidos, é uma imagem que inclui desmatamento e utilização de mão de obra em condições degradantes e não é essa a nossa realidade”, explicou.

“A meu ver, o Cecafé e o Governo do Estado do Espírito Santo foram muito felizes ao promover esta ação. É importante frisar que nosso estado tem feito um papel de protagonista, como maior produtor de café conilon”, concluiu Bastianello.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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