Fazenda lança hospedagem sensorial na cultura do cacau em Linhares
Produtores e empresas do agronegócio capixaba estão buscando expandir seus negócios além das fronteiras nacionais, apostando na exportação como uma oportunidade de crescimento. Nesse contexto, os proprietários da empresa Chocolates Cascatinha, Tamile Santos e Reginaldo Cordeiro, foram selecionados para participar do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX), que oferece mentoria especializada e um plano personalizado de exportação. Com cinco anos de funcionamento, a empresa tem se destacado no mercado de chocolates artesanais, oferecendo produtos veganos e livres de aditivos químicos.
Os empresários escolheram o Uruguai como seu mercado-alvo, devido à crescente demanda por produtos menos industrializados nessa região.
O novo ciclo do programa, lançado ontem no Espírito Santo, permitirá que 150 empresas se qualifiquem para exportar seus produtos e serviços até 2025, incluindo 25 vagas exclusivas para o polo de cafés especiais localizado em Linhares.
Na parte do agro, o programa também inclui empresas de cachaça, lácteos e destaca os cafés especiais como um segmento em ascensão.
Produtores de cafés especiais demonstraram interesse em expandir suas operações para o mercado internacional, mas enfrentam desafios na obtenção das informações necessárias para se aventurarem nesse cenário.
“O programa PEIEX surge como uma oportunidade para suprir essa necessidade, fornecendo capacitação e orientação especializada. Além disso, os produtores que já estão participando do programa possuem cafés de alta qualidade, com pontuações acima de 80 e até mesmo acima de 90 pontos, o que indica um potencial lucrativo no mercado internacional”, destacou Isabela Spadetti, extensionista do programa.
O novo ciclo do PEIEX no Espírito Santo é realizado pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), por meio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL ES), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
A Apex Brasil tem como objetivo transformar as empresas em exportadoras regulares e permanentes, abrangendo diversos setores, como indústria, agronegócio, cooperativas e tecnologia da informação. A gerente de Competitividade, Clarissa Furtado, explica que a atuação se estende por todo o território nacional.
“O objetivo é compreender as barreiras que essas empresas enfrentam no mercado internacional, as oportunidades existentes e as adaptações que precisam fazer no produto. Exportar não é uma tarefa fácil, mas é possível. As empresas que se aventuram na exportação têm a vantagem de diversificar seus mercados, aumentar sua visibilidade e ter acesso a novas oportunidades”.
No Espírito Santo, o aumento no número de empresas capixabas que comercializam para fora do país é evidente. Segundo dados do Ministério da Economia, o número de CNPJs cadastrados para exportação cresceu quase 88% em uma década, passando de 488 em 2012 para 873 em 2022. Os dados foram compilados pelo Observatório da Indústria da Findes.
“Esse crescimento reflete a força e o dinamismo do empresariado capixaba, que conta com uma indústria desenvolvida e presença de grandes empresas de commodities, como Vale, Suzano e ArcelorMittal. O Espírito Santo já se estabeleceu como uma porta consolidada tanto para importação quanto para exportação, obtendo sucesso em diversos setores”, destacou Paulo Baraona, vice-presidente da Findes.
Durante o período de 2020 a 2022, o PEIEX alcançou um marco importante ao atender e qualificar um total de 3.522 empresas nas cinco regiões do Brasil. Dentre elas, 67% são classificadas como micro e pequenas empresas. Além disso, 516 dessas empresas exportaram diretamente, alcançando um valor total de 1,62 bilhão de dólares.
O Espírito Santo, em particular, obteve resultados durante o primeiro ciclo do programa, entre 2015 e 2018, com 159 empresas qualificadas. Entre 2018 e 2021, esse número aumentou para mais de 200 empresas, totalizando mais de 350 empresas capixabas preparadas para ingressar no mercado internacional até o momento.
Nesta nova fase, está previsto o atendimento de 150 empresas, que terão a oportunidade de sair com um plano de exportação em mãos. Dentre elas, 25 serão destinadas a produtores e empresas de cafés especiais.
“Para participar, os produtores devem possuir uma certificação de qualidade para o café, garantindo que somente cafés de alta qualidade sejam incluídos no programa. Durante o processo, os participantes terão a chance de conhecer todo o procedimento de exportação. O foco seria nas empresas da região norte capixaba. No entanto, devido à proximidade e conexão com a região do Caparaó, várias empresas do Espírito Santo e Minas Gerais demonstraram interesse em participar”, avaliou o monitor Francisco Ramaldes.
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