Jun 2023
15
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Brasil registra queda de 19% nas exportações de café em 2023

“Esse fato, aliado à escassez de café remanescente após safras menores em 2021 e 2022, significativamente afetado por condições climáticas adversas, lembrando que maio é o penúltimo mês da safra 2021/22, o que interfere a atual performance dos embarques”, explica Márcio Ferreira, presidente do Cecafé.

Em maio, as exportações brasileiras de café somaram 2,448 milhões de sacas de 60 kg, gerando receita cambial de US$ 544,8 milhões. Em relação ao quinto mês de 2022, houve queda de 17,4% em volume e de 22,6% em valor. Os dados são do relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Com esse desempenho, os embarques de cafés nacionais, acumulados em 11 meses do ano safra 2022/23, atingiram 32,977 milhões de sacas, representando uma queda de 9,7% em relação aos 36,501 milhões registrados entre julho de 2021 e maio de 2022.

Enquanto isso, a receita, refletindo o maior preço médio do produto no período atual – US$ 228,83 por saca contra US$ 202,47 por saca –, aumentou 2,1% na mesma comparação, totalizando 7,546 bilhões de dólares.

Ferreira lembra que, com o avanço da entrada dos cafés da temporada 2023/24, é esperado um aumento nos volumes embarcados pelo Brasil para o exterior nos próximos meses.

“O cinturão cafeeiro nacional não sofreu impactos do clima até o momento e as perspectivas são boas para a nova safra, com importadores demonstrando bastante interesse comprador por nossos arábicas”, conta.

O presidente do Cecafé recorda que nos primeiros meses do ano, devido à escassez, o café brasileiro foi negociado com prêmio sobre a Bolsa de Nova York, resultando em queda substancial nos negócios.

“No entanto, com a chegada da nova safra, os diferenciais vêm se ajustando aos níveis históricos, com mais negociações, o que resultará em volumes maiores de embarques em relação ao que vimos nos primeiros cinco meses do ano”, projeta.

Além disso, ele comenta que os cafés robusta e conilon brasileiros vêm atingindo diferenciais de preços próximos aos do Vietnã, o que pode estimular o mercado internacional dessas variedades.

“Os anos consecutivos de boas safras e as significativas altas alcançadas na bolsa internacional, principalmente pela expectativa de quebra de safra na Indonésia, criam um cenário favorável aos canéforas, pois, com diferencial mais atrativo, tem ocorrido demanda mais constante dessa variedade, o que deve acelerar os volumes de embarques a partir de junho”, completa.

Estados Unidos e Alemanha permanecem como principais compradores

Nos cinco primeiros meses de 2023, os Estados Unidos continuam sendo o maior importador do café brasileiro, com compras de 2,512 milhões de sacas, volume 23,1% inferior ao mesmo período de 2022. Esse montante representa 18,5% dos embarques totais do Brasil no intervalo.

A Alemanha, com 12,5% de participação, comprou 1,691 milhão de sacas (-46%) e ficou em segundo lugar no ranking. Depois da Alemanha, vêm Itália, importando 1,110 milhão de sacas (-21,7%); Japão, com 837.437 sacas (+14,2%); Bélgica, com 630.260 sacas (-62,3%); e Colômbia, com 538.071 sacas (-2,9%).

Da sétima para a décima posição, houve crescimento positivo, com esses países aumentando suas compras de café brasileiro. A Turquia importou 460.446 sacas, um aumento de 34,9% em relação aos primeiros cinco meses de 2022, seguida pela Holanda, com 422.277 sacas (+43,6%); Argentina, com 379.418 sacas (+23,4%); e França, com 377.376 sacas (+7,7%).

Entre os blocos econômicos, a região da Ásia se destacou com  crescimento de 15,1% impulsionada pelos desempenhos positivos do Japão e da Turquia, além do expressivo avanço da China.

“As importações chinesas de café brasileiro atingiram 281.329 sacas de janeiro a maio deste ano, representando um aumento de 99,2% em relação ao mesmo período do ano anterior e colocando a China como o 14º maior destino do produto”, aponta o presidente do Cecafé.

Outros grupos que apresentaram crescimento positivo foram o Oriente Médio e os países árabes, que aumentaram suas aquisições em 35,4% e 50,2%, respectivamente.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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