Empresários e produtores capixabas conferem tendências no maior evento da cafeicultura na Europa
O Espírito Santo tem metas ousadas para alavancar a produção cafeeira. O programa de desenvolvimento sustentável da cafeicultura capixaba pretende atingir até 2030 uma média de 60 sacas por hectare no conilon, superando as 41,7 sacas por hectare de 2022. No caso do arábica, a meta é alcançar 35 sacas por hectare, em comparação com as atuais 21,4 sacas por hectare. Para isso, alguns passos já foram dados. O café capixaba ficou no radar de lideranças internacionais e executivos de grandes indústrias dos Estados Unidos e da Europa durante uma visita às principais regiões produtoras do estado. Desta vez, o foco ficou na capacitação de cerca de 70 técnicos no cultivo do café arábica, representando diversos órgãos e entidades relacionados à cafeicultura.
Essa foi uma das primeiras iniciativas do programa, que visa ampliar o conhecimento e a adoção das práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) no setor. O evento contou com a participação de aproximadamente 70 técnicos do Incaper, do Senar, da Prefeitura de Venda Nova do Imigrante, da Seag e da cooperativa Nater Coop.
A capacitação, focada no cultivo do café arábica, teve como objetivo fortalecer o engajamento dos técnicos e melhorar a comunicação com os produtores. Para isso, a equipe de condução do programa elaborou um programa inovador, incorporando aspectos mercadológicos, tendências e temas fundamentais, como a agricultura regenerativa.
Dessa forma, a equipe técnica estará preparada para fornecer as melhores orientações aos produtores, abordando desde práticas para alta produtividade até aspectos gerenciais.
“Essa foi certamente uma das mais abrangentes e estruturadas capacitações de técnicos que realizamos. Durante o evento, os técnicos puderam se aprofundar em diversos temas relacionados à produção de café, como cultivares, nutrição, controle de pragas e doenças, qualidade, além de discutir as principais tendências do mercado mundial”, destacou Michel Tesch, subsecretário de Desenvolvimento Rural da Seag.
Além disso, houve atividades práticas em campo, permitindo a aplicação do conhecimento adquirido e a orientação para a adoção do currículo de sustentabilidade do Incaper.
Os resultados da capacitação foram positivos. “Foi possível identificar claramente como a adoção das boas práticas agrícolas e a atenção aos aspectos ESG estão conectados com os principais mercados compradores”, ressaltou Tesch.
Para os próximos passos, a intenção é reeditar as capacitações com frequência, proporcionando aos técnicos acesso ao conhecimento mais atual sobre a cafeicultura. Além disso, serão realizadas ações de socialização do conhecimento com os produtores das diferentes regiões, visando alcançar as metas estabelecidas para produtividade, qualidade e sustentabilidade.
Outro destaque é que a capacitação abordou especificamente o café arábica. No entanto, o programa prevê uma iniciativa semelhante para o cultivo do café conilon no próximo mês, em Linhares.
A programação contou com a participação de renomados nomes do setor, incluindo produtores e representantes do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). A expertise do Cecafé, apresentada pelo presidente Márcio Ferreira, e a palestra sobre Cafeicultura Regenerativa do Marcelo Urtado, da Fazenda Três Meninas, contribuíram significativamente para o evento.
Também faz parte do programa de desenvolvimento da cafeicultura expandir de 200 para 15 mil propriedades com currículo de sustentabilidade no cultivo de café arábica, e de 100 para 20 mil propriedades no cultivo de café conilon, somando 35 mil propriedades cafeeiras.
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