Jul 2023
1
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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porStefany Sampaio

Mercado de capitais pode ser impulsionador para o agronegócio

O head de agronegócio da Suno, Octaciano Neto, que já foi titular da Secretaria de Agricultura do Espírito Santo, falou sobre uma das principais alavancas de crescimento do agronegócio para os próximos anos: o mercado de capitais.

Ele calcula que daqui uma década, quando o agronegócio brasileiro tiver uma demanda de crédito na casa de R$ 1,5 trilhão ao ano, o mercado de capitais (leia-se: Fiagro, CRAs, bolsa de valores) deverá ser responsável pela metade desse volume.

“O mercado de capitais permite que o dinheiro fique investido por muito mais tempo, tornando essa opção mais fácil. Ou seja, é a poupança dos brasileiros que está financiando o agronegócio, e esse movimento vai ser ainda mais relevante”, explica Octaciano.

Hoje, a maior parte do financiamento do agronegócio vem de bancos e dos varejistas– o mercado de capitais fornece apenas 10% do volume total.

“O mercado de capitais tem se tornado cada vez mais uma alavanca para apoiar o agronegócio. Temos excelentes exemplos ao redor do mundo de empresas do setor agrícola que se tornaram as maiores do planeta ao acessarem o mercado de capitais, como Nutrien, John Deere e Mosaic. No Brasil, também temos casos notáveis ​​de empresas que se tornaram líderes ao acessarem o mercado de capitais. Suzano e Klabin são exemplos destacados, inclusive com a Klabin realizando o maior investimento dos últimos cinco anos no estado do Paraná”, explicou Octaciano Neto.

Ao ser questionado sobre a diferença entre o mercado bancário e o mercado de capitais, Neto explicou que o mercado bancário se caracteriza por empréstimos de curto prazo, enquanto o mercado de capitais oferece recursos de longo prazo. Ele enfatizou que a entrada de recursos provenientes do mercado de capitais é fundamental para o crescimento financeiro das empresas agropecuárias.

Mariana Caetano, CEO e cofundadora da Salva, uma Climate Tech que oferece infraestrutura de tecnologia ambiental, destacou a importância da sustentabilidade no agronegócio. Ela garantiu que hoje em dia não basta apenas afirmar que a agricultura é sustentável, é preciso verificar isso por meio de dados e transparência.

“Os produtores precisam se regularizar em relação ao código florestal para acessar o crédito e exportar seus produtos. Com os avanços tecnológicos, é possível ter acesso a informações em tempo real sobre o histórico de desmatamento das propriedades, permitindo uma avaliação precisa e atualizada dos índices de desmatamento”, disse Caetano.

O palestrante também destacou as exigências do mercado internacional em relação à preservação ambiental, mencionando que a Europa já não compra produtos de países que desmatam e que a China poderá adotar uma postura semelhante no futuro.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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