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O agronegócio capixaba têm apresentado queda na produção cafeeira em 2023 , devido à bienalidade negativa, que se caracteriza pela expectativa de uma safra menor em comparação ao ano anterior. No Espírito Santo, a produção de café está estimada em 13,65 milhões de sacas, representando uma redução de 18,4% em relação à safra anterior, causada, em parte, por interferências climáticas. Entre as preocupações dos cafeicultores está a escassez de mão de obra durante o período da colheita, o que afeta a safra, aumenta os custos de produção e torna o produto menos competitivo tanto no mercado nacional quanto internacional.
Como resultado, muitos produtores não conseguem realizar a colheita no momento recomendado, com pelo menos 80% dos frutos maduros, e precisam se antecipar para garantir uma colheita completa. Nesse cenário, a mecanização surge como uma das alternativas para garantir uma safra mais produtiva.
Na produção agrícola, a colheita é uma etapa de destaque, pois envolve um alto investimento. É também uma das fases mais importantes da safra e tem dependido cada vez mais de máquinas agrícolas para se manter competitiva. Os principais benefícios da colheita mecanizada são a obtenção de produtos de melhor qualidade, a redução de perdas durante o processo e a possibilidade de aumento dos lucros.
Estudos indicam uma redução de até 60% no custo total da colheita mecanizada em relação à colheita manual. Essa significativa redução foi possível graças às adaptações realizadas nas máquinas e nas lavouras nos últimos anos.
Um dos produtores que têm adotado o uso de máquinas agrícolas na colheita do café é Arthur Orletti Sanders, de Pinheiros, norte do estado. Sanders compartilha sua experiência e destaca os benefícios da colheita mecanizada. Ele enfatiza que o uso de máquinas agrícolas tem se mostrado uma solução viável para suprir a carência de mão de obra nas propriedades cafeeiras.
“Na nossa propriedade, utilizamos uma máquina automatizada com tecnologia avançada, que nos permite obter uma calibração e regulagem mais precisas, feitas diretamente da cabine. Ela realiza praticamente todo o processo de colheita de forma autônoma, exigindo apenas dois operadores para manuseá-la”, explicou Arthur.
No Espírito Santo, testes com máquinas colhedoras para a colheita do café conilon vêm sendo realizados desde 2014. Além de proporcionar maior agilidade ao processo de colheita, o uso das máquinas permite a liberação antecipada das plantas, proporcionando um período de recuperação mais amplo e favorável para a próxima florada, que se torna mais intensa e uniforme.
Sanders afirma que a colheita mecanizada tem se mostrado um investimento favorável. Segundo ele, é possível identificar quais variedades de café são mais adequadas para a colheita por máquinas. “Na nossa fazenda, por exemplo, 90% do café plantado é propício para a colheita mecanizada, e os outros 10% serão substituídos no próximo ano”, explicou.
O produtor ressalta que a aquisição da máquina foi uma decisão estratégica, pois permite que a fazenda se adapte gradualmente a essa nova realidade. Com a colheita mecanizada, o problema da colheita prematura do café foi superado. “Isso nos possibilita investir no mercado de cafés de alta qualidade sem a preocupação de colher antes que os grãos estejam secos”, acrescenta.
Quanto à preocupação com a desfolha causada pela máquina, Sanders explica que ela deixa as folhas espalhadas pelo campo em linha, o que as torna visíveis. Por outro lado, na colheita manual, as folhas caídas ficam concentradas em uma lona, o que pode não ser tão perceptível.
A colheita mecanizada do cafeeiro conilon tem sido considerada uma necessidade atual por muitos cafeicultores. Atualmente, sistemas semimecanizados que realizam a colheita do café conilon também têm sido utilizados, com parte das atividades executadas pelas máquinas e parte de forma manual. O método semimecanizado mais usado é o de recolhedoras com lona,
O uso de máquinas, além de possibilitar economia com mão de obra, potencializa o rendimento da lavoura e garante uma redução de até 60% no custo para o produtor em relação à colheita manual.
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