Mecanização é alternativa para suprir falta de mão de obra na colheita de café no ES
No Brasil, os resíduos orgânicos são responsáveis por cerca de 50% do lixo doméstico, porém apenas 0,2% desses materiais são recuperados por meio de técnicas de reciclagem, como a compostagem e a biodigestão. Essa taxa de recuperação representa um grande desafio para lidar com a quantidade de resíduos orgânicos gerados no país, que chega a 800 milhões de toneladas anualmente. Uma opção viável é o serviço oferecido pelo Folha Composta, empresa idealizada por João Pedro Jobim e Letícia Fonseca, que realiza a coleta de resíduos orgânicos em residências, condomínios e pequenas empresas. Além disso, a organização fornece recipientes para armazenar o material orgânico descartado e produz adubo natural por meio do processo de compostagem.
De acordo com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, é possível tratar esses resíduos em diferentes escalas, desde a doméstica até a industrial, com o objetivo de produzir fertilizantes orgânicos e biogás.
O resíduo orgânico compreende, basicamente, por alimentos, como frutas, legumes, verduras, grãos e sementes, casca de ovo, borra e filtro de café e saquinho de chá. Em ambientes naturais equilibrados, esses materiais se degradam espontaneamente e reciclam nutrientes por meio dos processos naturais.
No entanto, quando não são separados dos materiais recicláveis, contaminam esses materiais e dificultam sua reciclabilidade. Além disso, a disposição inadequada dos resíduos orgânicos gera chorume, emite metano na atmosfera e favorece a proliferação de doenças.
A empresa Folha Composta, que teve início em 2021 e já coletou aproximadamente 10 toneladas de resíduos orgânicos, tem obtido sucesso no Espírito Santo, principalmente na Grande Vitória, nas cidades de Vitória e Vila Velha.
Agora, a iniciativa busca expandir sua atuação, utilizando triciclos na coleta seletiva de resíduos orgânicos na capital capixaba. Essa novidade foi apresentada no evento Sustentabilidade Capixaba, realizado recentemente na Praça do Papa, em Vitória.
O uso de triciclos na coleta seletiva representa um investimento importante para reduzir a emissão de carbono e auxiliar na mobilidade urbana. Com a implementação dessa nova estratégia, a Folha Composta busca trazer a sustentabilidade ambiental para toda a cadeia, desde a coleta até o tratamento adequado dos resíduos.
“O objetivo é reduzir a quantidade de resíduos orgânicos destinados a aterros sanitários e, ao mesmo tempo, produzir composto orgânico de alta qualidade que possa ser utilizado na agricultura urbana e no agronegócio”, explicou João Jobim, idealizador do projeto.
O modelo de negócio é baseado em assinaturas mensais, em que os clientes têm seus resíduos coletados regularmente e recebem o adubo produzido a partir desses materiais. Além disso, a empresa oferece serviços personalizados para empresas, incluindo educação ambiental para os funcionários e certificação da gestão responsável dos resíduos.
Os materiais coletados são tratados por meio da compostagem, garantindo que sejam transformados em adubo natural, substituindo assim o uso de adubos químicos. “Assim, melhora-se as condições físicas, químicas e biológicas do solo, além de favorecer a retenção de umidade e promover o equilíbrio biológico necessário para o crescimento saudável das plantas”, destacou Jobim.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória