Um importante aliado no agronegócio, a análise do solo permite identificar a quantidade de nutrientes, matéria orgânica e o pH que o solo tem e planejar a nutrição balanceada para as plantas e o alcance de alta produtividade no campo. A AgroLandES apostou na estruturação de um laboratório de análises agronômicas para prestação destes serviços na região norte capixaba e sul da Bahia. A empresa de Jaguaré investiu R$ 1,7 milhão na estruturação do laboratório de análises, com apoio, em boa parte dos recursos, das linhas de inovação do Bandes.
O serviço oferecido pelo laboratório de análises agronômicas comporta a realização de análises físicas e químicas de solos, análises químicas de tecido vegetal e nematológicas. O empreendimento também tem a capacidade de realizar análises de água, fertilizantes e corretivos agrícolas.
Vanessa Dal-Bó, proprietária do laboratório, destaca que o negócio contribui para estruturar a cadeia produtiva agrícola, fornecendo inteligência para a tomada de decisões no campo. Com uma capacidade de realizar 400 a 500 análises por dia, a meta inicial é alcançar cerca de 200 análises diárias.
“Isso ocorre porque as análises são sazonais e é necessário ter uma capacidade maior para atender a demanda em prazos reduzidos. O objetivo é entregar os resultados em um prazo de três a cinco dias para atender às necessidades da região”, explicou Dal-Bó.
A empresária, que possui formação acadêmica em engenharia química, explica que a ideia do empreendimento surgiu da percepção de que os serviços de análise agronômicas eram escassos e não ofereciam a agilidade necessária exigida pelo agronegócio atual. Com família que atua na cafeicultura em Jaguaré, ela identificou essa lacuna como uma oportunidade de negócio.
“Foi quase um ano com o projeto do laboratório no papel e na cabeça, buscando informações, pesquisa de mercado. Já percebia que região tinha necessidade de um serviço como este, mas para se ter certeza foi feita uma pesquisa de mercado. Buscamos ainda um grupo para identificar a viabilidade econômica financeira do negócio”, destaca a empresária ao enumerar como o AgroLandES foi concebido.
O laboratório faz todo o processo de preparo da amostra, análise e interpretação dos dados para fornecer laudos precisos. A amostragem, coleta e recomendação ficam sob responsabilidade dos técnicos e agrônomos.
“As análises destes processos em si são como um exame de sangue. Eles servem para diagnosticar as principais deficiências e o mesmo acontece na planta. Fazer a análise da folha ou da terra, serve para que o agricultor possa saber as deficiências de sua cultura, investindo na melhoria. Assim conseguimos aumentar a produtividade”, compara Vanessa.
Um dos diferenciais do laboratório AgroLandES é o uso de um maquinário inovador, o espectrômetro de emissão óptica ICP-OES (plasma). Esse equipamento, em termos de tecnologia, é bastante superior aos equipamentos existentes hoje nos demais laboratórios, proporcionando menor interferência humana durante o processo, reduzindo erros, além de oferecer maior capacidade e agilidade na emissão das análises.
O empreendimento contou com apoio da linha Finep Inovacred, por meio de contratação junto ao Bandes. O banco capixaba é um repassador exclusivo dos recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
“A concessão de financiamento para projetos inovadores, sustentáveis e promissores, visando a transformação econômica do Espírito Santo, está alinhada com a essência fundamental do Bandes e estamos nos reposicionando para que isso fique claro. No caso da empresa AgrolandES, enxergamos valor no projeto por ser uma iniciativa pioneira, no interior do Estado, com potencial transformador. Esse tipo de empreendimento que une inovação, tecnologia e sustentabilidade – pilares importantes para nós – que desejamos investir”, ressaltou o diretor-presidente do Bandes, Marcelo Barbosa Saintive.
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