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Apenas três meses após a inauguração de uma primeira unidade no Brasil, a empresa francesa NetZero anunciou o início das obras de construção de uma nova fábrica de biochar no país. Com investimento de R$ 20 milhões, a unidade será instalada no município de Brejetuba, no Espírito Santo. A fábrica de biochar está programada para iniciar suas operações no início de 2024, com a criação de 30 empregos diretos. Ontem (11) ocorreu o lançamento da pedra fundamental da unidade.
Situada a uma distância de 25 quilômetros da primeira instalação da NetZero no Brasil, essa nova fábrica permitirá a remoção de mais de 6.500 toneladas de dióxido de carbono (CO2) da atmosfera anualmente. Além disso, a iniciativa promete trazer melhorias para a produtividade de cerca de 200 produtores de café.
“Essa novidade tinha que começar por Brejetuba, que é uma região que produz muito café e de qualidade. Esse é um município que contribui muito para o nosso desenvolvimento econômico e social, além de ter enorme capacidade empreendedora. É uma honra para o Espírito Santo ser o segundo produtor de café do Brasil e estar crescendo na produção de cafés especiais. Inaugurando essa unidade, já podemos seguir para instalar uma unidade no norte do estado, na região do conilon”, destacou Ricardo Ferraço, vice-governador do Espírito Santo.
O biochar, com sua aparência semelhante à do carvão vegetal, é obtido por meio da extração do carbono presente em resíduos vegetais. Essa tecnologia promete ajudar a resolver uma questão histórica no Espírito Santo: o destino da palha de café. Segundo produtor de café do país, o estado registra alta produção do insumo.
“Nossa palha de café tem sido queimada gerando prejuízo para a atmosfera e, com essa iniciativa, o estado entra numa fase mais contemporânea que é a produção de bioinsumos. O Brasil não pode depender de outros países para trazer estes produtos para fazer fertilizantes sintéticos. Atualmente, o país importa bilhões de dólares por mês, simplesmente para fazer esta força da nossa agricultura”, salientou o secretário de Agricultura, Enio Bergoli.
Com a parceria entre a NetZero e a Coocafé, uma cooperativa de café, será possível recuperar milhares de toneladas de resíduos da casca do café e transformá-los em biochar, que será usado como corretivo do solo pelos mesmos cafeicultores para melhorar a produtividade e reduzir o uso de fertilizantes sintéticos.
“Essa nova fábrica confirma o interesse que o biochar desperta entre nossos principais parceiros: os agricultores. Nosso modelo é totalmente adequado às necessidades e à realidade local, o que é um elemento-chave para o aumento de escala. Estamos muito satisfeitos em continuar nossa parceria com a Coocafé e seus produtores, que são pioneiros no uso do biochar em grande escala”, afirma o cofundador da NetZero e CEO da NetZero Brasil, Pedro de Figueiredo.
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