Os últimos 10 anos, entre 2020 a 2022, foram marcados pela valorização dos preços do café. No ano passado, a cafeicultura ampliou ainda mais a sua participação no valor bruto da produção agropecuária capixaba, tendo apresentado a maior participação observada nas últimas décadas. Em 2022, o valor bruto da produção agropecuária do Espírito Santo ficou em R$ 24,2 bilhões, e a cafeicultura já representa 50,4% desse total, chegando a R$ 12,3 bilhões – sendo que R$ 8,3 bilhões são do café conilon e R$ 3,9 bilhões do arábica.
Além do café, os produtos mais representativos economicamente na agricultura capixaba foram mamão (R$ 1,1 bilhão), pimenta-do-reino (R$ 976 milhões), banana (R$ 686 milhões) e tomate (558 milhões).
Já na produção animal, destacam-se a produção de ovos (R$ 1,6 bilhão), carne bovina (R$ 985 milhões), carne de aves (831 milhões) e leite (R$ 803 milhões).
No total do Espírito Santo, o VBP de 2022 foi de R$ 24,2 bilhões. A participação das atividades de agricultura no VBP passou de 72,1% em 2021 para 78,6% em 2022. Esta ampliação da participação da agricultura no VBP se deve principalmente pela valorização do preço do café.
Entre janeiro de 2010 e dezembro de 2020 a série histórica de preços do café mostra relativa estabilidade com picos de alta em janeiro de 2012 e janeiro de 2017 e pico de baixa em novembro de 2013. Em janeiro de 2021 os preços começaram a subir e em janeiro de 2022 o preço da saca de café arábica T6 atingiu um máximo de R$ 1.492,06, o arábica T7 R$ 1.407,61 e o café conilon, R$ 850,11.
Comparando estes preços com os praticados em janeiro de 2021, a variação de preços foi em torno de 118,7% para o arábica T6, de 176,1% para o arábica T7 e de 74,0% para o conilon.
Segundo Boletim de Conjuntura Agropecuária do Espírito Santo, a valorização dos preços do café nos anos de 2021 e 2022 foi resultado de um conjunto de fatores. A primeira delas é que a produção do café arábica, que é a mais produzida nacionalmente, apresentou redução de cerca de 1.195 mil sacas no estado, número 31,5% menor entre 2020 e 2021. O rendimento médio caiu cerca de 31,3% e a área colhida apresentou queda de 445 hectares.
Os dados da produção nacional do café arábica mostram uma queda de 30,2% entre 2020 e 2021. “Problemas climáticos como as secas e a geada que ocorreu em 2021, principalmente nos estados de Minas Gerais e São Paulo, e a bienalidade negativa (que alterna os níveis de alta e baixa da produção anualmente) explicam a queda de produtividade do arábica em 2021”, aponta o documento.
Outros fatores considerados na variação dos preços entre 2020 e 2021 são: o crescimento da demanda por café na pandemia, os custos de produção tiveram um aumento relativamente maior com a alta do dólar, além de problemas no fornecimento de insumos básicos para a produção.
Em 2022 houve aumento 34,5% na produtividade comparado com o ano anterior, por ser ano de bienalidade positiva para o Espírito Santo. Os dados mostram que a partir de 2020 os preços médios do café tiveram uma variação positiva acima da inflação. Os aumentos nos preços do café também foram superiores aos aumentos de preços ocorridos nos demais principais produtos da agropecuária capixaba.
Como resultado, a participação da cafeicultura no total do valor da produção agropecuária passou de 37,4% em 2020 para 42,7% em 2021 e atingiu um máximo histórico de 50,9% em 2022.
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