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A produção de leite no Espírito Santo vem decrescendo nos últimos anos, fruto de uma baixa produtividade nas fazendas. Como resultado, há uma grande capacidade ociosa na indústria láctea capixaba. Além disso, a produção local não tem sido suficiente para atender à demanda da população por produtos lácteos. Para mitigar o déficit na produção leiteira, o Espírito Santo conta com um programa inédito para aumentar a produtividade nas fazendas e tornar o estado autossuficiente. Foram desenvolvidos 17 projetos com cinco eixos estratégicos para cumprir a meta de dobrar a produção diária de leite, que atinge 946 mil litros, para 1.900 mil litros por dia até 2032.
Segundo dados da Secretaria de Agricultura do Espírito Santo (Seag), a produção de leite reduziu em 29% nos últimos anos, saindo de 1,325 milhão de litros diários em 2014 para 946 mil litros em 2021.
Atualmente, o estado produz cerca de 1 milhão de litros de leite por dia, gerando um faturamento anual de aproximadamente R$ 727 milhões, envolvendo cerca de dez mil produtores. É a segunda atividade mais presente nas propriedades rurais capixabas, só ficando atrás da produção de café.
Segundo o secretário de Agricultura Enio Bergoli, a pecuária leiteira não se recuperou desde a seca ocorrida no final de 2014, bem como permaneceu até 2017.
“Nós já produzíamos, em 2014, mais de 1,3 milhão de litros de leite por dia, e hoje estamos produzindo um pouco mais de 900 mil litros. Temos capacidade instalada para receber quase 1,9 milhão de litros por dia, ou seja, estamos produzindo a metade da demanda já instalada no Espírito Santo”, explicou.
O Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cadeia do Leite no Espírito Santo foi lançado nesta segunda-feira (28) como uma das estratégias para aumentar a produtividade de leite nas propriedades rurais capixabas para atender a demanda interna.
“Temos oportunidade, temos capacidade instalada nas indústrias, conhecimento, ciência, tecnologia e empreendedores destacados nacionalmente. Temos uma forte rede de assistência técnica no estado, além de profissionais das cooperativas e prefeituras municipais. Nosso objetivo é melhorar a produtividade por vaca, investindo em tecnologia, genética e assistência técnica”, ressaltou Bergoli.
Dividido em cinco eixos estratégicos, ele busca tornar o estado autossuficiente na produção. Também tem como foco a agregação de valor, produção, produtividade e tecnologia no campo, sustentabilidade, recursos humanos nas fazendas e estímulo ao consumo. Um dos projetos iniciais prevê a melhoria genética do rebanho leiteiro capixaba e a capacitação de técnicos. Para isso, foi autorizada a publicação de edital de licitação para aquisição de 7.500 doses de sêmen sexado e 20 botijões de nitrogênio, visando ao melhoramento genético do rebanho leiteiro no estado.
Além disso, o programa inclui ações voltadas para a capacitação de profissionais do sistema público e privado, com foco na alimentação animal, inseminação artificial e transferência de embriões. Serão realizados 13 dias de campo para disseminar as tecnologias recomendadas pelo programa em 13 regiões do estado, começando por João Neiva.
A intenção não é apenas aumentar a produção no ES, mas também elevar a qualidade do leite e consolidar a identidade da produção capixaba. “Nossa oferta ainda é inferior à necessidade do consumo local do Espírito Santo. Queremos atender essa demanda e fortalecer nossa marca no mercado interno”, destacou o secretário.
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