El Niño pode afetar o mercado de café conilon nas principais regiões produtoras do país
Com os preços do cacau atingindo o seu pico mais alto em 46 anos em Londres e mais de 12 anos em Nova York, a indústria de cacau está em alta devido a uma série de fatores. O aumento nos valores da matéria-prima para a produção de chocolate é atribuído principalmente à queda na oferta, causada por desastres naturais e condições climáticas adversas. A região ocidental da África, que fornece a maior parte da matéria-prima de chocolate para o mundo, enfrentou graves inundações em seus campos, prejudicando a colheita e a secagem dos grãos. Este fenômeno impactou diretamente a disponibilidade do cacau no mercado internacional. A valorização dos preços tem trazido otimismo aos produtores do Espírito Santo, que é o terceiro maior produtor de cacau do Brasil. A saca já está sendo negociada a R$ 1.000.
A Costa do Marfim, considerada a maior produtora de cacau do mundo, está localizada em uma das áreas que, segundo analistas, pode sofrer com um clima mais seco do que o normal durante vários meses devido ao fenômeno El Niño que está em desenvolvimento.
De acordo com o analista de Inteligência da StoneX, Leonardo Rossetti, ressalta que a alta no mercado de cacau está relacionada principalmente à oferta global.
“Nos últimos meses, diversos fatores combinaram para impulsionar os preços do cacau. As condições climáticas adversas, incluindo um período de seca no Oeste Africano associado ao fenômeno La Niña, afetaram a produção. Além disso, chuvas excessivas em junho na África prejudicaram a secagem das amêndoas e, por consequência, a qualidade do produto final. Também há preocupações com o El Niño, que historicamente afetam negativamente a produção de cacau na região”, explicou.
Enquanto isso, a região continua enfrentando fortes chuvas que causaram inundações em campos, comprometendo a colheita que se inicia em outubro, bem como o processo de secagem das amêndoas colhidas.
A valorização dos preços está trazendo otimismo aos produtores do Espírito Santo, considerado o terceiro maior produtor de cacau no Brasil. Mauro Rossoni, vice-presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cacau (ANPC), destacou que esse aumento de preços está incentivando os produtores a investirem nas lavouras para a próxima safra de cacau.
“Isso inclui aquisição de adubos, utilização de novas tecnologias e melhorias nas práticas agrícolas, movimentando todo o setor e impulsionando a economia local”, destacou Rossoni.
O Espírito Santo é o terceiro maior produtor brasileiro de cacau, com expressiva produção em 45 municípios capixabas. No estado, Linhares é a maior região produtora, concentrando 70,7% da produção estadual. Os levantamentos feitos pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) revelam que somente em 2022, o cacau capixaba totalizou 11.703 toneladas, contribuindo com R$ 134,3 milhões para o agronegócio capixaba.
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