Set 2023
13
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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"Nós queremos virar a chave na qualidade do conilon", ressaltou Bastianello

Só para termos ideia do tamanho da cooperativa, entre 2020 e 2022, a Cooabriel cresceu 110% em faturamento. Em 2022, faturou R$ 1,84 bilhão, em 2021 a cifra foi de R$ 1,32 bilhão e em 2020, de R$ 773,7 milhões.

Para 2023, os planos incluem aumentar o volume de exportações de café. A Cooabriel encerrou 2022 com um volume de exportação superior a 118 mil sacas de café conilon. Isso equivale a cerca de 10% do volume de café conilon exportado pelo Espírito Santo no período. Os números deste ano ainda não foram divulgados.

O projeto de abertura e conquista dos mercados internacionais foi iniciado em 2020 e os primeiros volumes exportados tiveram como destino os Estados Unidos, no segundo semestre daquele ano. A partir disso, as negociações internacionais se consolidaram e permanecem em expansão.

Atualmente, a cooperativa exporta para países como República Dominicana, Estados Unidos, Colômbia, França, Inglaterra, Equador e Rússia. Para o futuro, pretende manter os mercados atuais e abrir para novos negócios.

Nesta quarta-feira (13), a Cooabriel completa 60 anos de história e atuação em São Gabriel da Palha, berço do café conilon no Espírito Santo. Confira a entrevista exclusiva com o presidente Luiz Carlos Bastianello.

Agro Business: Por falar em mercado internacional, quais são os próximos planos da Cooabriel em relação a exportação de café conilon?

Luiz Carlos Bastianello: Nós temos buscado ativamente a internacionalização do café conilon produzido por nossos cooperados. Exportamos para diversos países, incluindo República Dominicana, Estados Unidos, Colômbia, França, Inglaterra e Equador. E estamos comprometidos em manter esses mercados e explorar novas oportunidades de negócios. Estamos participando de feiras internacionais e trabalhando para aumentar nossa presença global. Queremos mostrar ao mundo o café de qualidade que temos aqui e proporcionar benefícios aos nossos cooperados.

AB: O senhor faz parte da construção da história da Cooabriel. Como começou essa parceria?

Bastianello: Minha história está ligada à Cooabriel, pois meu pai também foi presidente da cooperativa e participou de sua fundação. Desde cedo, acompanhei de perto a evolução da cooperativa, desde os tempos iniciais quando operávamos com o primeiro armazém de café, que também abrigava a primeira mercearia, localizada onde hoje está a nossa sede. Ao longo desses anos, testemunhei os desafios enfrentados, inclusive a necessidade de buscar empréstimos para financiar nossas operações.

Naquela época, não tínhamos especialistas em gestão, apenas pessoas com conhecimento adquirido no dia a dia. À medida que a cooperativa cresceu, tornou-se possível trazer profissionais para gerenciá-la. Desde sua fundação, a Cooabriel trabalha lado a lado com os produtores cooperados, abraçando não apenas a causa, mas também a do produtor de conilon. Esse compromisso evoluiu à medida que o cultivo de conilon se expandiu, tornando-se a principal cultura agrícola do estado do Espírito Santo, indo além das fronteiras e consolidando-se também na Bahia e em Rondônia.

AB: Falando em resultados, a Cooabriel tem visto um crescimento significativo nos últimos anos. Quais foram os resultados?

Bastianello: Nos últimos anos, nosso foco na produtividade e na qualidade tem sido fundamental para o crescimento da cooperativa. Para ter uma ideia, entre 2020 e 2022, registramos um crescimento de 110%. Continuamos a implementar estratégias para sustentar esse crescimento, embora possíveis desafios, como questões climáticas, possam afetar nosso desempenho em determinados momentos.

AB: De fato, a Cooabriel desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das regiões em que atua. De que forma a cooperativa contribuiu para o progresso não só de São Gabriel da Palha, mas também de outras cidades?

Bastianello: Estamos presentes em diversos municípios do Espírito Santo e da Bahia, sempre com a missão de alcançar novos patamares. O reconhecimento da segurança de trabalhar com a Cooabriel é algo que nossos produtores reconhecem e valorizam. Além disso, nossa busca por melhorias na qualidade e produtividade do café conilon tem um impacto direto na valorização das propriedades e na renda dos produtores.

Cooabriel completa 60 anos de cooperativismo nesta quarta (13)

AB: Nos últimos anos, temos visto um aumento na produção de café no Brasil, acompanhado por um aumento nas exportações. Como a Cooabriel contribui para esse cenário e qual é a sua visão sobre o futuro da produção de café conilon?

Bastianello: O crescimento da produção de café conilon no Brasil é resultado de um esforço contínuo e focado na melhoria da qualidade e da produtividade. A produção no Espírito Santo começou a se destacar a partir do lançamento de mudas clonais de alta produtividade com o desenvolvimento de pesquisas e desenvolvimento do Incaper.

Além disso, foi realizada a seleção de clones com maturação diferenciada que permitiu aos produtores uma programação mais eficiente para o desenvolvimento da qualidade. Esses esforços foram cruciais para nosso sucesso e merecem destaque.

AB: Com relação às condições climáticas, há preocupações com a possível interferência do El Niño na próxima safra. Como a Cooabriel está se preparando para lidar com essa situação?

Bastianello: Embora tenhamos ouvido falar sobre a possibilidade do El Niño na próxima safra, até agora não enfrentamos problemas significativos relacionados à temperatura ou falta de chuva. Pelo contrário, tivemos um clima propício, com chuvas em agosto que resultaram em uma florada uniforme do conilon. As chuvas foram mais do que suficientes para conduzir eficazmente nossa atividade cafeeira. Esperamos que o ciclo 2023/2024 continue a se desenvolver sem problemas causados pelo El Niño.

AB: Para finalizar, quais são os próximos planos da Cooabriel?

Bastianello: Temos uma série de projetos em andamento e planejamos executá-los até o final do ano. Estes incluem a potencialização de nossas exportações de café, com foco em aumentar o volume e melhorar ainda mais a qualidade do café conilon. Nossa pretensão é elevar o padrão de qualidade do conilon. Embora já tenhamos feito avanços significativos nesse aspecto, nossa busca por melhorias é constante.

Em 2022, exportamos 118 mil sacas de café, e nosso objetivo é continuar expandindo nossos mercados e aumentar o volume de exportação. Estamos participando de feiras internacionais para mostrar ao mundo o café de qualidade que produzimos e potencializar nossas exportações.

O momento é oportuno, e estamos focados em buscar novos clientes e oportunidades de negócios que possam beneficiar nossos produtores. Acreditamos que, ao elevar a qualidade do café, podemos oferecer uma remuneração diferenciada aos nossos cooperados.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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